quinta-feira, 1 de setembro de 2011

POETAS PERDIDOS

Poetas desconhecidos
quantos existem no mundo
com tantos génios perdidos
que nunca saem do fundo
poetizam para si
imaginam, logo esquecem
por aqui e por ali
porque aos outros não convencem
ficam sós
perdem até a voz

Normalmente são modestos
não crêem no que lhes sai
será por serem honestos
ou porque a Musa os atrai?
Se também não há destino
a dar ao que sai da alma
só o que é mais cretino
é que lá perde a calma
escrever e guardar
também é amar

Usar costas de papel
por outros antes escrito
pode até saber a mel
a quem só usa palito
mas a penúria obriga
poeta rico não há
qu’isso de fazer cantiga
não dá dinheiro por cá
rime que rime
tanto deprime

A esperança dos poetas
Que nos cantos lá produzem
é que as obras secretas
só muito tarde é que luzem
quando os autores já se foram
e alguém vasculha os cestos
que noutro mundo onde moram
ninguém liga aos contextos
depois da ida
outra vida

Mas também há os que em vida
lá conseguem dar nas vistas
alcançam boa acolhida
seguiram as certas pistas
o normal não é assim
os génios, esses coitados
se quiserem olhem p’ra mim
verão como não dão brado
sempre mudo
eu me ajudo




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