quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O BOM E O MAU



É NATURAL QUE, NA GOVERNAÇÃO de um País, ocorram medidas certas e outras erradas. O que se torna obrigatório, no entanto, é que os responsáveis pelos maus passos que são dados e que depois se verifiquem que não foram felizes não demonstrem a mais pequena hesitação em apresentar publicamente as justificações, se as houver, e, caso contrário, condenar-se pela má actuação que, nos homens, é o mais natural que pode suceder. Na situação inversa, quando a actuação dos governantes for considerada justa, certa, adequada, em tal ocasião e por todos os meios que estejam à disposição do ser humano não é justificável que não surjam os elogios e os aplausos que merecem, mesmo que seja essa a sua obrigação, como é o caso da comunicação social, que entusiasme os seus autores a continuarem a proceder dessa forma.
Pois vou utilizar este blogue para focar duas situações que, controversas, uma se situa na área da crítica e a outra seja merecedora de aplauso. Aqui as temos:
Não se pode desculpar que o sector que tem a seu cargo a aplicação das novas regras para serem aplicadas as taxas na compra de passes sociais, que parece ser um departamento resultante do Ministério da Economia, não tenha, a tempo e horas e com a antecedência exigida para não se criarem dúvidas e aflições por parte dos utentes dos transportes públicos, não se admite que todos os postos de venda desses passes não tenham recebido a informação completa de aplicação dessas novas condições, de molde a que o público usuário não tenha em seu poder, a tempo e horas, um conhecimento tão essencial.
Não será certamente o ministro da pasta respectiva que será o responsável directo por tamanho mau serviço, pois seguramente que caberá a alguma repartição na fila descendente daquele sector que não terá, através do seu director-geral, feito o trabalho correcto que lhe cabia. E, neste caso, deveria a comunicação social receber a indicação do faltoso e divulgar amplamente esse facto. Serviria de exemplo a todo o sector administrativo oficial para precaver outras situações que possam aparecer. E seria bom assistir ao defensor permanente dos funcionários públicos, esse que aparece sempre a clamar contra o que ele considera injustiças em relação a esse sector, que em tais situações também viesse dar conta de tais faltas, em lugar de ficar calado.
Já no capítulo do elogio que também deve ser feito às soluções positivas à actuação do Governo e, neste caso a que me vou referir, a medida é oriunda dos altos cargos, devem todos os contribuintes fiscais portugueses regozijar-se pela economia que se pretende com os cortes na RTP que, mesmo não se sabendo ainda em que sectores vão cair as anulações de despesas, pois só foi ainda referida a eliminação de horas nas emissões produzidas localmente pelas estações da Madeira e dos Açores, já se tem ideia de que serão uns bons milhões de euros, qualquer coisa como 25 por ano, sem que deixem os residentes nos dois arquipélagos de poder serem espectadores de emissões que serão de origem do Continente, para além dos sistemas já tão em uso dos canais internacionais, ainda que pagos.
No caso da RTP nacional, é evidente que a pluralização de estações que existem em território nacional, numa altura em que a economia de dispêndios tem de ser a palavra de ordem em todos os sectores públicos, essa medida não pode ser chorada por nenhum português. Se for utilizado todo o período diurno de maneira a cobrirem-se as diferentes variantes que fazem parte do leque de programas que é útil ao público, mas isso com um apertado sentido de serviço público, ou seja cobrindo as áreas de informação e de cultura que, aliados aos espectáculos mais ligeiros, retirem tempo de antena a programações que, sendo muitas as que são oferecidas através dos écrans e que demonstram uma verdadeira amostra da falta de cuidado nas selecções, afastando esses maus exemplos deixem espaço para que se cumpra a autêntica missão de formar e de informar. Isso, sempre não perdendo de vista as regras democráticas, pois os canais utilizados devem ter sempre esta função como princípio. É sabido que, no seio da televisão do Estado, se verifica uma autêntica discriminação no que diz respeito ao pagamento de salários, havendo certos casos em que as remunerações são escandalosamente principescas e em outros, para além de ridículas contribuições dos trabalhos executados, esses pagamentos tardam em efectuar-se. Há, pois, que analisar com verdadeira imparcialidade, como funciona o sector que tem a seu cargo a avaliação das retribuições aos colaboradores.
É natural que apareçam muitas queixas oriundas das Ilhas e que acusem o Executivo de todo o território de mal tratar as populações locais, mas, sobretudo os madeirense, independentemente do que o seu Presidente Alberto João irá proclamar num dos seus discursos inflamados, têm de ter em conta que tem sido uma zona do espaço nacional que mais benefícios tem recebido dos dinheiros públicos, nos mais diferentes sectores. Setembro vai ser o mês que mais mal tratará todos nós que vestimos a camisola lusitana. Não será só nestes cortes que se ficarão as medidas anunciadas

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