sábado, 30 de abril de 2011

DESCULPA DO VENTO


Haverá alguém culpado
daquilo que eu aqui sou
com os ventos
cataventos
se fiquei cá deste lado
é porque alguém assoprou

O vento é uma desculpa
para mostrar um motivo
seja esse
bem merece
que possa abarcar a culpa
mesmo sem ser exclusivo

Seja quem for não importa
estou aqui é verdade
correria
ventania
se entrei por certa porta
sairei com humildade

Depois será o que for
nas trevas e sem ruídos
apatia
calmaria
quer beleza quer horror
não custarão os sentidos

O vento é coisa de vivos
quer mansinho quer zangado
arejando
maltratando
ás vezes traz donativos
outras mostra o seu enfado

Se sou aquilo que sou
os ventos não são chamados
inocentes
ou ausentes
quando for chamado eu vou
tal e qual outros finados

Vento sem culpa, ventinho,
não tem nada a ver comigo
assim sou
quando vou
ou quando irei de mansinho
p’ro meu derradeiro abrigo

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