sábado, 19 de março de 2011

CAMINHANDO

Caminhante, caminhante
eu sou
e por uma vida errante
nem eu sei para onde vou
sem destino
embora com fim marcado
e porque também desafino
prefiro ficar calado

Pois se falo não me ouvem
é melhor
à volta as sentenças chovem
que horror
nem sequer deixam espaço
e o meu silêncio impõem
não tem valor o que faço
elas não matem mas moem

Mesmo assim lá vou andando
sempre hirto e de pé
às vezes sou eu que mando
outras nem sei quem é
as circunstâncias
são elas que me comandam
grandes ânsias
mesmo mal por vezes mandam

Ficar parado não cansa
as pernas
mas cabeça sempre dança
aceita coisas modernas
ir em frente é preciso
sem hesitar
porque o triste indeciso
morre a olhar para o ar

A pergunta aqui fica
à espera
e a qualquer se aplica
sincera
é melhor sempre correndo
ou não ter pressa em chegar
pois o que se vai fazendo
não pode nunca parar?

Devagar ou em corrida
chega um dia o fim da vida


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