quinta-feira, 28 de outubro de 2010

UM PORTUGUÊS

Esse dever
de ter alguma coisa que fazer
e não dar um passo
sentir cansaço
respirar fundo
ignorar o mundo
procurar frescura
não recear censura
de nada e de ninguém
não importa quem
assim vale a pena existir
e cá prosseguir
na roda da vida
tudo sem corrida
que o fim que se espera
é hoje o mesmo que era
e que sempre foi
que não se condói
com quaisquer pressas
e que pede meças
deixem-me assim ficar
neste meu lugar
sossegadinho
daqui a poucochinho
já sairei
sem saber para onde irei
mas fazer isso não faço
nem para tal me maço
exemplo vem de cima
e sem ter de fazer rima
o que digo é verdade
sem qualquer maldade
pensar que Deus e os anjos
só tocam seus banjos
sem preocupação
nem obrigação
olhando esta Terra
sempre com uma guerra
em que o Homem persiste
de inveja em riste
a estragar ambiente
em destruição crescente
para quê pois cansar-me
se pouco pode animar-me
a remar contra a maré
e sentado ou em pé
aguardo a minha vez
como qualquer português

Qualquer é como quem diz
pois tudo o que fiz
foi a aspirar
a não ser um qualquer
mas de pouco valeu
porque o que aconteceu
foi o que está à vista
o não deixar pista
para seguidores.
Adeus meus senhores!

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