sábado, 25 de setembro de 2010

A PREGUIÇA


Que bom é não fazer nada
sem qualquer obrigação
e enfrentar a jornada
não dizendo sim nem não
tanto faz como até fez
ser tudo igual não importa
como andar de lés-a-lés
a bater a toda a porta
foi coisa de outros tempos
eu nem me quero lembrar
já não me servem d’exemplos
é hora de descansar

É preguiça?
Pois será
mas eu mando um grande “xiça”
ninguém me provocará
fujo das complicações
do que seja casa cheia
já perdi as ilusões
de que alguém me dê boleia
pois quando se conclui
que ao mundo já nada damos
é fugir e gritar: fui!
onde nem cabe o “digamos”

Quem de preguiça acusou
outros de nada fazerem
a certa altura chegou
em que vendo envelhecerem
nesse grupo também entra
e ao sofá se entrega
nessa fofura concentra
o que foi o cega-rega

Preguiça
é esse o nome
o tempo não desperdiça
também não provoca fome
por não gastar energias
deixa tudo por enquanto
não se mete em euforias
mantém-se no entretanto
qu’é o momento sereno´
de quem já não está capaz
e só lhe basta um aceno
p’ra deixar preguiça em paz

Preguiçosos
são uns tais
que mantendo-se viçosos
com ventos e vendavais
não dão um passo p’ra nada
são como alguns governantes
que com conversa fiada
se mostram bem petulantes

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