Com tantos recursos o português
sem necessidade de quaisquer ismos
não queremos que com desfaçatez
nos imponham até brasileirismos
Falta de gosto, grande ingratidão
para bastantes dos nossos antanhos
que foram os mestres da ilusão
e que não merecem erros tamanhos
Pois querem mostrar que são bem falantes
largam o “digamos”, falta-lhes a língua
não são afinal mais do que talantes
nem sabem falar como nós falamos
Passou depressa o tempo do “pois”
houve ainda aquele do “portanto”
e outros vícios vieram depois
não parou por aí o nosso espanto
Hoje em dia ”de alguma maneira”
gentes que se dizem profissionais
lançam nos ares sem eira nem beira
o termo horroroso do “logo mais”
Como poderá ser que o nosso povo
consiga usar esta língua bem
se os ignorantes largam como novo
palavras, expressões de Zé-ninguém
E também por dá cá aquela palha
espantam “espectáculo” para tudo
é expressão de quem só se baralha
quando melhor seria ficar mudo
Que nas rádios e nas televisões
só se admita gente preparada
p’ra defender aquilo que Camões
deixou a Portugal: a língua amada
Qualquer língua avança, é bem certo
mesmo com aquele “boé” horrível
mas não podemos deixar de ter perto
tudo que tem de estar inamovível
Se são esses os apresentadores
que merecemos, há que resignar,
para os puristas são só as dores
já sem esperança de os ver mudar
sem necessidade de quaisquer ismos
não queremos que com desfaçatez
nos imponham até brasileirismos
Falta de gosto, grande ingratidão
para bastantes dos nossos antanhos
que foram os mestres da ilusão
e que não merecem erros tamanhos
Pois querem mostrar que são bem falantes
largam o “digamos”, falta-lhes a língua
não são afinal mais do que talantes
nem sabem falar como nós falamos
Passou depressa o tempo do “pois”
houve ainda aquele do “portanto”
e outros vícios vieram depois
não parou por aí o nosso espanto
Hoje em dia ”de alguma maneira”
gentes que se dizem profissionais
lançam nos ares sem eira nem beira
o termo horroroso do “logo mais”
Como poderá ser que o nosso povo
consiga usar esta língua bem
se os ignorantes largam como novo
palavras, expressões de Zé-ninguém
E também por dá cá aquela palha
espantam “espectáculo” para tudo
é expressão de quem só se baralha
quando melhor seria ficar mudo
Que nas rádios e nas televisões
só se admita gente preparada
p’ra defender aquilo que Camões
deixou a Portugal: a língua amada
Qualquer língua avança, é bem certo
mesmo com aquele “boé” horrível
mas não podemos deixar de ter perto
tudo que tem de estar inamovível
Se são esses os apresentadores
que merecemos, há que resignar,
para os puristas são só as dores
já sem esperança de os ver mudar
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