segunda-feira, 12 de outubro de 2009

VOTOS DE DOMINGO



Não consegui aguentar até altas horas da noite para poder tomar conhecimento dos resultados das eleições autárquicas, as quais constituem o final da série de consultas aos cidadãos no que respeita a três diferentes objectivos.
Sabido que já é, na altura em que escrevo este início de blogue, que, nos casos de Lisboa e Porto, sem dúvida as duas forças políticas mais destacadas são as que atraem mais a atenção política e que, logo no início, por via das sondagens, se constatou a melhor posição de António Costa, na capital, e de Rui Rio, na cidade Invicta, talvez se verifique um maior desapontamento pelo facto de Pedro Santana Lopes não ter conseguido dar mostras de uma projecção mais destacável, face ao combate que foi mantido e as promessas do candidato social-democrata no que diz respeito a não dar seguimento aos projectos “Costista” de manter a acumulação de contentores nos cais lisboetas e de prosseguir com uma obras contestáveis. Mas, por seu lado, Santana também não conseguiu convencer os cidadãos alfacinhas de que a sua actuação provocaria uma alteração profunda da imagem que Lisboa nos dá, tendo ainda muito presente a “borrada” feita com o Parque Mayer.
Seja como for, o que é fundamental ser deixado claro, nos casos das eleições nas autarquias, é que os partidos políticos, na maioria das situações, têm pouco a ver com os resultados conseguidos, sobretudo nas povoações mais pequenas, pois o que conta são os indivíduos que se apresentam para presidir a cada local de escolha, com predominância para as Juntas de Freguesia, como é natural, e mesmo nas Câmaras Municipais, conta bastante a simpatia pessoal para que a escolha recaia neste ou naquele candidato.
Não vale a pena, pois, nesta altura, referir-me aos grupos partidários que, através das declarações que estou a ouvir nas televisões, se encontram cada um que conseguiu uma boa posição, a arvorar-se em grande vencedor como ideal político.
Acabaram as deslocações da população às mesas do voto, depois de uma fartura de demonstrações de que a Democracia está já instalada em Portugal com profunda convicção de todos os naturais do nosso País. É verdade que, pelo menos no que se refere ao gesto de pôr as cruzinhas nos boletins que são apresentados para fins das opções de cada um, esse acto reveste-se de um significado que não pode ser desvirtuado. Mas, daí a concluir-se que o povo português, passados 35 anos sobre a mudança de regime, já se encontra absolutamente inserido no espírito da Democracia, isto é, o aceitar as opiniões dos outros sem brigas e o não limitar as suas relações às posições políticas, religiosas, até desportivas dos outros cidadãos, sabendo ouvir e não temendo dar razão aos adversários, se essas opiniões podem ser sustentadas com razoabilidade.
É por isso que eu tenho repetido sem me cansar que é nas escolas primárias que se deve começar a instruir as crianças a entender o que representa essa prática do dia-a-dia. Oxalá os políticos no poder entendam esta recomendação.

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