quarta-feira, 28 de outubro de 2009

POLUIÇÃO

Da obra "DESENCANTO POR ENQUANTO" que se encontra por publicar)

Neste País de clima temperado, como dizem, talvez seja onde se sofre mais quer com o calor quer com o frio. Precisamente porque se assume que não há temperaturas do ar, nem muito altas nem demasiado negativas.
No Inverno, nos dias em que baixa um pouco mais a temperatura bate-se o queixo, nas ruas, nos estabelecimentos comerciais e até em casa de cada um que não possua um regulador de graduação do ambiente. A falta de convicção de que não fazemos assim tanta diferença com o que ocorre noutros países, leva-nos a que descuremos o aquecimento artificial, por exemplo o eléctrico, que é imprescindível para resistir ao desconforto dos arrepios. Claro que é sempre uma questão de poder económico da população.
No Verão, passa-se o contrário. O ar condicionado ainda é, entre nós, um artigo que só está ao alcance dos mais favorecidos. Já são muitos, mas estão bastante longe de serem todos. Verifica-se uma grande diferença com o que ocorre já hoje em dia nos países que gozam de um nível de vida muito superior aos dos portugueses. E depois, continuando-se a considerar Portugal como um País temperado…
A notícia que tem sido divulgada é de que o ar que se respira na nossa Terra, especialmente nalgumas cidades e com destaque para Lisboa, está carregado de poluição, provocado sobretudo pelo trânsito automóvel. Divulgaram os cientistas que, não se podendo evitar o crescimento da circulação de motores que provocam os gases, é essencial beber muita água. Sempre compensa, ainda que pouco, os males provocados pelo óxido de azoto e pelo ozone.
Leio os alertas saídos na Imprensa e quedo-me preocupado então, com o aumento demográfico acelerado que se verifica em todo o mundo – não podendo deixar de levar em conta a idade cada vez mais tardia do fim da vida humana (e mesmo descontando o efeito das doenças que surgem e que tardam em ser atacadas por medicinas que também se vão descobrindo) e o facto de não se conseguir estabilizar um número razoável de habitantes da Terra. Basta ter-se em conta que, no fim da II Guerra Mundial, a população total do Globo era de pouco mais de dois mil milhões de habitantes, e que se verifica agora sermos mais de seis mil milhões, tendo em cinquenta anos triplicado a população da Terra. Se este fenómeno voltar a repetir-se, a conta a fazer é a de multiplicar por três o número dos que somos hoje.
Não irão caber os que cá estiverem! – não me canso de advertir.
A nossa imaginação pode funcionar na busca de uma possível solução. E uma delas, digo eu, poderá ser a de encaminhar todos os sobrantes para um planeta que tenha condições para proporcionar possibilidade de vida em aceitável, até melhor se possível, da que têm sido usufruída na nossa Bola. Será isso possível?
De uma coisa ninguém deve ter dúvidas: aproxima-se a data em que escassearão muitos dos géneros que hoje são considerados essenciais. O petróleo, não faltará assim tanto tempo para que se esgotem os poços que hoje provocam tantas guerras, a água potável vai ser um dos grandes sustos que provocará o seu racionamento inevitável, e até o ar que se respira obrigará a que se faça uma reconversão geral dos gases que os homens produzem na ânsia de aproveitar todas as tecnologias avançadas e, caso não se consiga, nem valerá a pena pensarmos nas consequências de tal facto.
Penso nisto e não tenho coragem de deixar passar este meu pessimismo para os outros. Fica apenas nestas linhas que ninguém lerá. Será ainda o melhor.

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