domingo, 11 de outubro de 2009

OBAMA, NOBEL DA PAZ... JÁ?


Eu confesso que, desde que foi eleito o actual Presidente dos Estados Unidos da América, tenho tido um grande apreço pelo homem que conseguiu substituir o seu tão mau antecessor, George Bush, por muitas razões e sobretudo porque, tendo lutado num País que mantêm bem enraizado o espírito de separatismo em relação à raça negra, obteve, desde o início do seu mandato, uma larga mancha de admiradores e, no que diz respeito à população geral do mundo, também se tem verificado uma adesão de simpatizantes por Barak Obama, de seu nome.
Com excepção dos grupos de religião muçulmana, especialmente aqueles que seguem cegamente os princípios ditos sagrados da sua fé e que, por tal motivo, aplaudem as acções que andam próximas dos ataques terroristas que deflagram por toda a parte, tirando esses e uns tantos outros naturais de diferentes países que nunca alimentaram uma grande admiração pelos chamados “americanos”, pode-se dizer que Obama tem merecido uma especial consideração do exterior da sua Pátria, e isso devido a um estilo de compreensão e simpatia que, nestas coisas da política, são fundamentais para que a imagem caia bem à primeira impressão.
Há que reconhecer que o seu ar de não pretender mostrar que sabe muito e de que tudo que decide é o melhor, sendo ou não autêntica esta compostura – só os mais íntimos podem garantir -, tal comportamento público tem-lhe trazido uma onda de apreço que pesa favoravelmente na balança da sua análise.
Posto este preâmbulo, vou agora referir-me ao Prémio Nobel, visto que acaba de lhe ser atribuído o referente à Paz e essa distinção merece que, da minha parte e sem ter certezas de nada, faça uma reflexão que tem a importância que tem mas que, em virtude de poder dispor deste blogue que alguns interessados acompanham e me enviam os seus comentários, é o espaço de que disponho agora e que serve de escape às minhas reflexões.
No que diz respeito ao propriamente dito Prémio Nobel, tratando-se de um galardão de enorme prestígio e que tem sido atribuído, ao longo dos anos, a personalidades que deram mostras claras e indiscutíveis do seu merecimento, em certas ocasiões, sobretudo no capítulo da literatura, a sua entrega tem motivado interrogações e certas dúvidas que se relacionam com inclinação politica dos premiados. Aqui fica o reparo.
No capítulo da característica da Paz, haverá que apontar a ausência de atribuição do Prémio a figuras que, tendo dado grandes provas de contributo mundial para diminuírem os confrontos guerreiros, embora esse facto não diminua a importância e a honraria que significa serem homenageados os contemplados.
Agora, falemos de Barak Obama. Será que ele merece a distinção com que acabou de lhe ser atribuída? Vou ser franco: provavelmente, dentro de um ou dois anos, se se concretizarem aquelas que parecem ser as intenções do desejado interveniente no capítulo de moderar bastante do que se passa de condenável na Esfera terrestre, no que se refere às relações entre os povos, se o Afeganistão deixar de ser um espaço de confronto bélico, se entre Israel e a Palestina for posto ponto final na agressividade que dura há demasiado tempo, se, por sua influência e exemplo, forem afastados os desentendimentos de que o ser humano é o principal culpado – e não vale a pena apontar aqui os múltiplos exemplos em que o E.U.A. podem contribuir para pôr alguma serenidade onde ela não existe -, se isso vier a verificar-se e Obama tiver a mínima influência nos êxitos que se esperam, então sim, o Prémio Nobel da Paz caber-lhe-ia que nem uma luva e o mundo inteiro aplaudiria, até provavelmente os que não apreciam em demasia o Presidente negro.
Mas já está. Quiseram pôr o carro adiante dos bois. E o Homem agora fica com a responsabilidade de dar mostras universais de que é merecedor de tal honraria. Oxalá o consiga. E eu nem quero admitir a hipótese de virmos a assistir a uma frustração mundial!...

Sem comentários: