quarta-feira, 19 de agosto de 2009

JUNTAS DE FREGUESIA



Em face das eleições que se aproximam e que visam escolher os responsáveis principais nas zonas municipais, os concorrentes aos lugares cimeiros dessas Câmaras que estão espalhados pelo País, subordinadas aos partidos que os propõem, fazem as suas promoções com o objectivo de conseguirem a maioria de votos suficientes para obterem boas posições e, com isso, se classificarem nos postos principais de molde a que as assembleias municipais sejam dominadas e, por esse facto, o apoio aos presidentes constitua uma força dominadora. Esta é uma verdade de todos conhecida.
Perante tal regra e, do mesmo modo que nas restantes disputas eleitorais, os grupos partidários dão o seu melhor para atingirem o que mais desejam e que é, naturalmente, terem mais domínio do que os concorrentes na execução das tarefas que cabem em cada situação.
No caso da Câmara Municipal de Lisboa sucede exactamente o mesmo do que nas restantes que se situam por Portugal fora, e, por ser este caso o mais destacado no panorama geral, as atenções prendem-se às disputas que são relatadas pela comunicação social, e em particular, pelas televisões. A frontalidade do Santana Lopes, alguma confiança do António Costa, o apoio da Helena Roseta e também a argúcia por parte do Bloco de Esquerda, todos estes espectáculos televisivos têm procurado transmitir os pontos de vista de cada um dos grupos em confronto. Tudo bem e cada um procura ser o mais convincente possível.
No entanto, aqui nesta posição e apenas como munícipe, eu vou dar a minha achega: e é a da distância em que se mantém este município alfacinha dos cidadãos que têm a capital como seu ponto de residência. Trata-se, nem mais nem menos, da falta de relacionamento que têm as Juntas de Freguesia em função de cada zona que faz parte do seu mandato. E eu por mim falo.
Na verdade, se nas terras da província, sobretudo nas mais pequenas, toda a gente se conhece, já o mesmo não sucede na nossa cidade alfacinha. As freguesias já têm uma dimensão que não permite, sem ser por iniciativa própria dos presidentes das Juntas, o contacto com os diferentes munícipes. E é precisamente essa falta que eu considero grave e que, nas propagandas feitas pelos partidos que concorrem ao acto que se aproxima, não se verificou ainda uma proposta nesse sentido.
A Câmara Municipal de Lisboa devia dispor de uns serviços exclusivamente destinados a apoiar as Juntas de Freguesia e de lhes transmitir ideias que constituíssem aumentar o contacto e o conhecimento das famílias que fazem parte de cada aglomerado. Por seu lado, de fora para dentro dos municípios, conviria que as necessidades que fossem mais salientes passassem para o conhecimento da Casa-Mãe e dela serem obtidas as ajudas possíveis. Dirá o Município lisboeta que já diospõe de tais serviços. Pois se sim, não se dá por isso e o que importa não é que existam dependências, mas sim que funcionem bem.
Lisboa, que poderia ser uma cidade exemplar, até em relação às estrangeiras, pela sua situação geográfica, com um rio Tejo a seus pés e as sete colinas a embelezarem todo o conjunto, tem vindo, ao longo da sua existência e especialmente nos últimos cinquenta anos, a perder qualidade e a não serem aproveitadas as suas características particulares. As flores, por exemplo, não têm sido do agrado dos responsáveis municipais. Mas muito mais coisas do que isso. E eu bem tenho lutado, ao longo de muitos anos, pela melhoria da actuação dos responsáveis. Mas em vão…
Por isso, tenho proposto e insisto nisso que as Juntas de Freguesia cumpram o seu papel de aproximação dos cidadãos que residem nas respectivas áreas, não esperando que eles os procurem mas, pelo contrário, ps visitem e se proponham ajudar naquilo que for necessário.

Sem comentários: