sexta-feira, 28 de agosto de 2009

ÉTICA, QUEM A TEM?


O ter aparecido Luís Marques Mendes, antigo presidente do PSD e agora fora da actividade política, a falar para uns alunos de uma faculdade mas tendo tido grande repercussão junto da comunicação social – provavelmente porque foram montadas as antenas para estarem presentes jornalistas -, tendo batido na tecla da ética política, como sendo algo que falta em demasia na prática dos actuais participantes nacionais nessa área, essa tomada de posição leva-me agora a atacar tal tema e a relacioná-lo com o comportamento dos cidadãos em geral, sem especificar as suas características de actividades.
De facto, referir a ética apenas no que respeita à aérea da política é restringir demasiado a sua prática, pois que, no que respeita a cumprirmos as regras éticas, nós os portugueses, somos avessos a seguir normas que digam respeito à correcta actuação, respeitando princípios e apelando sempre à tentação de ter presente a tendência de improvisarmos e de seguirmos a intuição, mesmo quando depois verificamos que saiu errada. Veja-se o caso das obras, públicas e privadas, que se efectuam em Portugal, de Norte a Sul, em que prazos nunca são alcançados e os custos ainda muito menos. Aí, a ética de serem cumpridos estudos profundos antes de terem início as actuações dos operários e de ficarem devidamente apurados os preços imaginados e mal calculado, bem como as datas dos respectivos términos, tudo isso é devido à ausência completa da tal ética.
Mas será que, na Educação, na Justiça, na Saúde e em todas outras áreas da vida de um País, a referida ética está sempre presente nos que têm a responsabilidade de gerir com competência este Portugal?
E, de uma forma geral, os portugueses, cada um na sua área de actuação e no comportamento social tem presente, sem falta, a ética que deve conduzir os seus actos?
Ponhamos a mão na consciência e olhemos para o lado, sem deixar de pôr também a vista no nosso próprio comportamento e sejamos sérios. Quando andamos a pé mas, sobretudo, quando conduzimos uma viatura mecânica, temos sempre a preocupação de cumprir as regras que podem evitar empurrões e acidentes ou, no mínimo, que os outros apanhem uns sustos? Aí a ética está presente?
Poderia aqui enumerar uma lista infinita de provas de como os cidadãos, no nosso caso os portugueses mas, olhando mais longe, os habitantes do mundo, e isso perdoaria, de certa maneira, os políticos, pois eles saem da massa daquilo que somos todos e não é pelo facto de se terem colocado numa profissão que lhes dá a ideia de serem melhores do que os outros, não é por terem seguido essa via que a ética não é utilizada.
O ser humano precisava de fazer um profundo exame de consciência para tomar conta dos infinitos males que praticam e, sobretudo, desse enorme pecado que é o de estarem a destruir todos os dias este Planeta em que vivemos. As crianças de hoje ou até os seus descendentes pagarão a falta de ética que todos nós, políticos à frente mas todos os outros habitantes mundiais, estamos a praticar.
Já me tenho referido aqui à falta de água que vai acontecer dentro de algum tempo. Pois, nesta altura, a nossa televisão já está a anunciar a necessidade de serem os bombeiros a abastecer diariamente os habitantes de duas zonas de Portugal, pois os rios que ali passam estão secos, devido às suas nascentes serem em Espanha e a sua água não chegar a terra lusa. É falta de ética que resulta em falta d água!
Vem agora Marques Mendes falar de ausência de ética na política! Como se em todas as outras áreas ela existisse!...

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