sábado, 13 de junho de 2009

CRISE - QUE PODIA SER?



Já com a devida distância em relação ao momento em que se tomou conhecimento dos resultados em todos os países europeus, dos que votaram para o seu Parlamento, talvez seja possível agora, com a conveniente tranquilidade, fazer uma análise mais apropriada quanto aos motivos possíveis que proporcionaram os números que foram divulgados.
É sabido que, nos casos da maioria das nações do nosso Continente, os governos que se encontram a governar na data em que se apuraram os resultados das eleições europeias sofreram revezes, pois não foram os mais votados e, nalgumas circunstâncias, até se colocaram em lugares secundários.
Quer isto dizer que o apuramento através dos votos depositados naquele momento pode reflectir o que se irá verificar quando ocorrerem as eleições legislativas? Esta a pergunta que vale a pena colocar a todos os cidadãos que costumam reflectir cuidadosamente quando analisam a evolução dos acontecimentos políticos, em vez de, com uma rapidez pouco aconselhada, tirarem logo conclusões que podem provocar equívocos.
Em primeiro lugar, há que ter em conta que se atravessa há já algum tempo um período de crise económica, financeira e social em todo o mundo, que tem conduzido os cidadãos dos diferentes países para uma situação amarga, de vida plena de dificuldades. E só esta circunstância chega para que as populações vão moendo um descontentamento em relação aos políticos que se encontram nos pelouros da governação, pois não vendo solucionarem-se as diferentes dificuldades que vão surgindo o natural é que admitam que outra característica políticas possa dar uma volta e trazer alguns benefícios que até agora têm faltado. “Pior do que aquilo que temos não poderá vir!”, é o que, provavelmente, os cidadãos pouco identificados com regimes partidários admitirão na hora de votarem.
No entanto, ao contrário de alguns “sábios” que, perante as câmaras de televisão e em algumas coluna dos jornais, não perdem a ocasião para difundir as suas opiniões, ditas e escritas com um ar estranho de grandes certezas, eu, cautelosamente, prefiro deixar a dúvida quanto ao que se vai passar nas legislativas que serão apresentadas. Isto, no que se refere ao nosso País, porque o que vai ocorrer em cada parceiro europeu, sobre isso nem me atrevo a dar palpites.
É certo que a figura pública de José Sócrates, só com grande mudança do próprio no que diz respeito à sua forma de se dirigir aos portugueses é que talvez seja ou venha a ser possível conquistar o apoio popular. Se o mesmo conseguir entender que deveria ter sido, ao longo do seu mandato, suficientemente modesto e compreensivo em relação às formas de actuar dos outros, não garantindo que só a sua é que é a perfeita, se ainda for a tempo para isso e, simultaneamente, faça uma mudança rápida no seu elenco governativo, aceitando e afirmando-o que, de facto, ocorreram situações que deveriam ter tido outro tratamento por parte de alguns ministros que mereceram a sua confiança, se ainda for a tempo de pedir desculpa aos portugueses por tudo isso e apresente agora soluções viáveis em relação ao futuro imediato, quem sabe se a população descontente não lhe dê ainda alguma “chance”, nem que seja para poder formar um Executivo de coligação.
Tudo é possível, pois, por vezes, o povo actua de forma absolutamente inesperada…

Sem comentários: