sábado, 20 de junho de 2009

BOMBA ATÓMICA


As notícias não eram inesperadas. Há já bastante tempo, anos até, que países que conseguiram obter os elementos e a fórmula para construir armas atómicas, isso devido à passagem de cientistas da então União Soviética para outras nações que lhes deram guarida, constituíam uma ameaça mundial pelo indevido uso diabólico de pequenas nações, mas com meios financeiros poderosos, graças alguns à produção própria de petróleo, e outros por serem geridos por loucos e ambiciosos ditadores políticos.
Que se saiba com rigor, dois países têm feito lançamentos de bombas que são portadoras desse perigoso elemento atómico, aprofundando as experiências e, dessa forma, mostrando a todo o mundo que não têm que temer em relação às ameaças que já lhes foram dirigidas mesmo como potências dominadoras nessa área, como são os casos dos Estados Unidos da América e da Rússia actual. O Irão e a Coreia do Norte fazem até gala em não desmentir que dominam essa área. Por outro lado, Israel, se bem que não faça dessa posse um elemento assustador, prestam por seu lado um elemento de garantia de que, se vierem a ser atacados por tal via, possuem forma de ripostar com a mesma moeda. E todos sabem que os judeus não brincam em serviço e que, no capítulo do domínio das armas mais modernas e mais destruidoras, os seus cientistas não têm estado na posição de contempladores.
Que quer dizer isto? Que, se por qualquer atitude de loucura e de irresponsabilidade que possa ser iniciada por um desses pequenos países, um dos ditadores de qualquer de tais “sítios” resolver, num impulso de mau génio, carregar no botão que devem ter preparado, desenrola-se de seguida uma guerra atómica, cujas consequências não podem ser avaliadas com antecipação. Poderá ser o fim do mundo.
Esta minha preocupação não é apenas de hoje. Já há muitos anos, pelo nosso calendário antes mesmo da nossa Revolução, escrevi uma peça de teatro que foi até premiada e que tem o nome de “E a Terra, indiferente, continua rodando”. A então detentora da exploração do nosso Teatro Nacional de D. Maria II, D. Amélia Rey Colaço, quis colocá-la em cena, mas a censura da época não o permitiu. É que o tema da peça aborda uma guerra atómica mundial, com a destruição por toda a parte. Tendo ficado somente, por ter construído um albergue subterrâneo em condições, um cientista, de nome Adam e a sua secretária, chamada Eve, ao terem saído à luz do dia deparam-se com um mundo vazio do ser humano.
Conto isto porque, como guardo nos meus baús muita papelada que vou aumentando de conteúdo, pode ser que um dia apareça quer mostrada por mim quer por quem cá estiver depois da minha partida. Por agora, limito-me a continuar a dedicar-me à escrita, prosa e poesia, e a alguma pintura em acrílico, que não faz qualquer inveja aos génios que temos por aí.
E é tudo o que tenho para dizer.

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