quarta-feira, 25 de março de 2009

COMO NÓS - CIGANOS



Não é que eu tenha uma grande afinidade com a raça cigana, mas devo reconhecer que o afastamento que se verifica é mais por culpa dos que não pertencem a esse grupo étnico do que por opção cigana em se separar da maioria da população onde vive. E, naturalmente, ao criar-se uma separação, os que se encontram na ala dos minoritários procuram agrupar-se e, com isso, manter uma separação que não favorece nenhuma das partes.
Temos de reconhecer que cada forma de vida tem de ser aceite com naturalidade e, da mesma forma que existem qualidades gastronómicas diferenciadas de terra para terra, folclores distintos e até, nalguns casos, pronúncias da mesma língua que cria distinções, tudo isso a constituir uma riqueza que deve ser aproveitada, também os ciganos aplicam as suas regras nas suas festas, nos seus casamentos e, de uma forma particular, na condução das suas actividades. A pouco e pouco, verdade seja dita, os que conseguem sobressair em nível de vida das camadas mais deficitárias, esses, mesmo conservando os hábitos que vêem de gerações, vão-se diferenciando e procuram envolver-se com as características do país onde habitam. Não sei, confesso, se fazem bem em pretender seguir as regras dos locais onde se instalaram e até, como sucede, nos países onde já nasceram
Verifica-se nesta altura, em que os ciganos imigrantes, vindos da Roménia, já se encontram por todos os sítios e trazem consigo o hábito de pedir e de tentar vender material insignificante, sempre com o objectivo final de procurar a esmola, deparamos com frequência esse tipo de cidadãos que, pelo seu vestuário, pelo linguarejar específico que não podem evitar e pela forma de se apresentarem, especialmente as mulheres, com bebés ao colo e sentadas no solo, tal característica de pedintes não pode agradar e até provoca certa estranheza que venham de tão longe da Europa, atravessando diversas nações sempre com a sua prática pedinte, até chegarem a este extremo europeu.
Seja como for, trata-se de uma realidade que tem de ser encarada e tratada com a humanidade e os meios de que dispomos, por forma a solucionar um problema que não pode ser ignorado.
Agora, que concordemos com o que veio anunciado em vários órgãos de comunicação social de que, em alguns pontos de Portugal, se está a proceder à discriminação de crianças ciganas, colocando-as até em contentores para fazerem a sua aprendizagem escolar, isso é que nenhum português de boa cepa pode aceitar de ânimo leve. Não à separação e, bem pelo contrário, o que se torna imprescindível é que os não ciganos confraternizem com os que pertencem a essa etnia, por forma a formar-se um entendimento fraterno que permita, depois pela vida fora, não se criem barreiras entre portugueses, sejam de que cor forem, da religião que tiverem, do partido político que escolherem ou do clube futebolístico que mais gostarem.
Não é possível estabelecermos barreiras entre cidadãos, desde que todos cumpram as regras e que um velho ditado português explica com perfeição – em Roma sê romano!
É verdade que muita famílias ciganas transformam mal viver aos seus vizinhos, pois não conseguem conservar dentro de portas os seus costumes e transportam para o exterior os seus modos de se comportarem, que não agrada a quem deles toma conhecimento. Mas, para isso, é que servem as forças públicas e os serviços sociais. Aconselhando, amoldando os comportamentos e, de bons modos, tentar que os que são diferentes passem a cumprir as regras de convivência das maiorias. Olhem na Suíça, onde existe uma rigidez absoluta e quem chega e não conhece as regras fica desorientado. Ali, a partir das 22 horas, nem se pode puxar o autoclismo!
É estranho, mas é uma regra. Quem vai de fora só tem é que cumprir…

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