terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

DESENCANTO... POR ENQUANTO!

Os textos que publico no meu blogue sob o título genérico de “Desencanto… por enquanto!”, pertencem a uma obra inédita que tenho para publicar, portanto à espera de editor, e que foi influenciada pelo trabalho bem conhecido de Fernando Pessoa, sob o título “Livro do Desassossego”.
Não pretendo – seria de uma presunção inqualificável – colocar-me em posição comparativa. Mas estou no direito de afirmar que foi a obra do grande poeta Pessoa que me inspirou a escrever as várias folhas que dão mostra do que me vai na imaginação e que, com o tempo que passa, se vai acumulando de maias e mais páginas. Chegará uma altura, quando surgir um editor interessado em deitar mãos a esta obra, em que o volume atingirá um formato pouco prático. Mas há sempre recurso: dará mais do que uma série
.

Somos, de facto, uns desencontrados. Aquilo que afirmamos agora, noutra ocasião, noutra circunstância, com disposição diferente não descrevemos da mesma maneira. Talvez até nos contradigamos. E, em todas as vezes, poderemos estar convencidos de que repetimos o anteriormente dito.
Os seres humanos, de uma forma geral, são pouco constantes. Mesmo os mais teimosos, por muito que queiram dar mostras de firmeza nas suas atitudes, no íntimo, no recato do seu eu terão dúvidas sobre se a persistência numa opção será o melhor caminho para obter o resultado pretendido.
É o que sucede comigo nos momentos em que me dedico â escrita de pensamentos que me ocorrem à flor da pluma. Desencantado, como é o meu estado normal, com o que ocorre neste mundo, julgo ter sempre essa preocupação de sublinhar os erros e, por vezes, de apontar caminhos. Por isso, não será natural que passe a aplaudir o que antes me surgia com defeitos. Depois, rigoroso como pretendo ser comigo próprio, mais facilmente denoto erros do que virtudes. É, aceito, uma característica negativa esta de considerar normal o que está bem e de me indignar o que nem por isso. Resultado: estou mais vezes indisposto do que satisfeito e eu sou o único a sofrer as consequências desse estado de espírito.
O que também me custa é que esta minha atitude não diz respeito apenas ao que ocorre fora da minha área de influência. Muito pelo contrário, a primeira reacção crítica que tomo diz respeito aos meus próprios actos e, por isso mesmo, à minha produção na área artística. Tanto na escrita como na pintura. Mas também, por vezes, no comportamento.
Sou, pois, mais um dos desencontrados deste mundo. Ainda não dei com o caminho certo. O derradeiro, o da última hora, um dia alguém o encontrará por mim. A minha vontade já não vai intervir na via que for escolhida.



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