quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

CASAMENTOS



Então não é que o problema que mais nos atormenta a nós, que em Portugal não temos mais nada com que nos preocuparmos, não é outro senão o da classificação que tem que ser dada à união de dois seres humanos do mesmo sexo e à legislação que deve orientar esse acasalamento? Até um programa televisivo semanal que, de uma forma geral, se dedica a temas que podem ser considerados de importância para serem debatidos, até esse “Prós e Contras” ocupou três horas da última segunda-feira com uma série de participantes que, com opiniões contrárias, se abespinharam a expor os seus pontos de vista.
Na verdade, ninguém tem nada com isso se dois homens ou duas mulheres resolvem viver em comunhão de cama, mesa e casa, muito embora, na verdade, não possam ver solucionado o problema do testamento natural, por morte de um dos parceiros, a menos que recorram a uma medida de doação em vida e dentro das percentagens permitidas legalmente, como tornou público Manuel Luís Goucha que assim procedeu em favor do seu companheiro actual.
Mas que, numa fase tão difícil como é a que se atravessa neste momento em Portugal, se chame à discussão o problema de se definir se a junção de dois seres do mesmo sexo se deve classificar ou não de casamento, se, perante imensos problemas gravíssimos que temos de enfrentar desviemos a atenção para um tema que, digamos a verdade, interessa, de facto, aos homens e mulheres tidos como homossexuais, mas apenas a esses que, sem ser necessário recorrer a estatísticas se é que elas existem, não podem ser consideradas como tratando-se de maiorias – pelo menos por enquanto -, essa atitude é que não pode deixar de ser considerada como de distracção do importante para se atender ao supérfluo.
Para além disso, se existe a consciência de que, a par das situações difíceis que são urgentes atender, também se pode perder algum tempo com a solução das vidas em comum de pessoas do mesmo sexo, e então que se entregue o estudo da matéria a um pequeno grupo de juristas para poder vir a sair a legislação adequada, podendo-se até equacionar se o que se passa lá fora pode ou não ser adaptado ao caso português.
Agora, que não se atropelem situações que, entre nós, nos atormentam, como o desemprego crescente, o tormento do custo de vida e o problema da baixa de rendimento das empresas, sobretudo as pequenas e médias, pois que isso sim, são realidades sérias que não podem ser arredadas para se discutir se a junção de homossexuais se deve classificar como casamento ou se terá de ter outro nome.
Haja bom senso!...

Sem comentários: