sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

DESENCANTO... POR ENQUANTO!

O nariz, nos seres vivos, tem uma função muito importante no nosso dia-a-dia. O olfacto exerce uma influência extraordinária no comportamento dos homens e dos animais. O cheiro atrai ou repele, satisfaz ou provoca mal-estar, mas não deixa ninguém indiferente perante os seus efeitos. Até a dormir, um odor estranho e pouco habitual, identificado ou não, o ar pestilento ou delicioso interfere com o repouso e desperta o mais ferrado dorminhoco.
Nas relações humanas, um mau hálito, por exemplo, provoca um afastamento rápido de quem se encontra perto, por muito atraente que seja o que escutamos e o que vemos. Os maus efeitos soporíferos têm igual efeito, claro.
Logo, o nariz humano comanda as relações, independentemente daquilo que a vista nos oferece. Podemos estar muito emocionados com um panorama, com uma obra de arte, com qualquer coisa que seja agradável contemplar, mas se, no lugar onde esse prazer é facultado, existir um odor repelente, não se perdoa o mal que se sente pelo bem que faz à vista. E o mesmo se passa com os ouvidos. Escutar uma bela melodia num ambiente onde o mau cheiro impera, por muito que se tape o nariz constitui um martírio difícil de suportar.
Daí se conclui que, se os olhos também comem, como se diz perante a beleza de um prato, e os ouvidos recusam os ruídos excessivos, no que diz respeito ao outro sentido, o do olfacto, homens e animais reagem rapidamente aos efeitos dos odores, quer os desagradáveis quer os que são dignos de ser apreciados.
Os irracionais então, com os seus sentidos muito mais apurados, aproveitam o efeito do vento para interpretar a sua origem e a distância a que se encontra a coisa que lhes provoca o cheiro que lhes entra pelas narinas. Se se passasse com os racionais tal fenómeno, conhecia-se à distância quem estava a chegar e evitava-se o contacto.
Este mundo caminha com grande rapidez para um outro que se mostra cada vez mais mal cheiroso. Enquanto a água chegar para limpar a sujidade provocada pelos seres humanos, lá iremos repelindo os maus odores. No futuro, perante o aumento demográfico excessivo, o que parece inevitável, o amanhã dirá como se resolverá o problema. Haja esperança de que o Homem, entretanto, ganhe consciência do que o espera. E tome precauções.



Sem comentários: