sexta-feira, 19 de setembro de 2008

HELENA ROSETA


Não há nada mais claro para demonstrar a capacidade dos que assumem a responsabilidade de exercer uma função pública, do que ser anunciada a entrega dessa responsabilidade e, tempos depois, analisarmos os resultados do trabalho executado. Os que não são distraídos – e esse, por enquanto, ainda não é o meu estado – avaliam com atenção aquilo que resultou da actividade que a personalidade pública aceitou tomar a seu cargo.
É o caso do que se passa agora com Helena Roseta que, depois de ter desistido da tarefa de reconstruir a chamada “Baixa-Chiado”, se propôs agora apresentar um programa de habitação da capital e isso ainda este mês.
Não é um compromisso fácil de levar a cabo, temos de reconhecê-lo, mas como a vereadora de Lisboa se compromete a submeter esse trabalho a debate público – vamos a ver como -, pelo menos terá a possibilidade de efectuar alterações naquilo que a opinião dos cidadãos não for a mesma da autora do documento.
Como eu tenho afirmado ao longo de vários anos em que dedico, nas minhas escritas, profunda atenção ao que nos mostra Lisboa e o que deveria ser se houvesse alguém que se entregasse de alma e coração a efectuar a enorme transformação que a capital pede, é urgente, há muitos anos, introduzir vida nesta cidade que, a partir de certas horas do dia, se apresenta como que um local abandonado pelos cidadãos. E isso, sobretudo porque na parte pombalina – mas não só – os prédios estão abandonados de famílias, substituídos por escritórios, e as velhas casas, a cair aos bocados, não merecem sequer ser olhadas.
Logo, o que há a fazer é muito. Basta haver bom senso e disposição para levar por diante uma tarefa que, no que a mim diz respeito, me daria enorme satisfação de levar a cabo, muito embora seja necessário contar com um apoio profundo de toda a Edilidade e conseguir que algumas leis dos tempos do era uma vez sejam modificadas, por forma a não se perder tempo com as reivindicações dos velhos senhorios, se bem que estes, que não possam efectuar obras, tenham de ser compensados justamente.
Daqui envio a Helena Roseta o estímulo para que faça aqui em Lisboa aquilo que não fez em Cascais, quando lá foi presidente. Mas o tempo que passou deve-lhe ter servido para alguma coisa.

Sem comentários: