quarta-feira, 20 de agosto de 2008

REVOLTA


Que revolta
desconsolo
ansiedade
bem queria dar a volta
e ir até ao miolo
da minha obscuridade

Verdade
mistérios
respostas claras
estou pleno de vontade
que me mostrem factos sérios
sem inventos e sem taras

A suceder
a dar-se
ter fé como crentes
não terei o que temer
que usar qualquer disfarce
para me mostrar às gentes

Séculos passados
dois mil anos foram
sem provar
nem fanáticos nem letrados
nem aqueles que tanto oram
no que eu quero acreditar

Ter fé é preciso
querer saber
respostas das questões
terei de perder o siso
basta entregar-me ao crer
sem pôr quaisquer condições

Triste ignorância
querer aprender
com independência
só me restará a ânsia
de ir sem satisfazer
tão grande impaciência

Sacanices
e invejas
grandes perseguições
um mundo de aldrabices
só beatas nas igrejas
o perdão com confissões

É o céu
e o inferno
bondade e Satanás
desconfiam do ateu
e até o próprio Governo
não quer fazer marcha atrás

Ser sério,
honesto
frontal
não aceitar o mistério
há que não dar o pretexto
de sem saber dizer mal

Será assim
vida fora
sempre igual
pergunto à volta e a mim
mas não sei aonde mora
quem me dê algum sinal

Por isso
contrariado
temente
fechado no meu ouriço
sem fé e amargurado
não sinto o que outrem sente

No Além
fora do mundo
ali
será que haverá alguém
que me faça ver bem fundo
aquilo que nunca vi
?

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