terça-feira, 8 de abril de 2008

Uma vida difícil (23)


(Continuação e conclusão)

Mas, chegado à idade que é a que alcancei nesta altura em que estou a escrever este historial, não me posso dar ao luxo de pretender atingir a perfeição. Dou largas à aspiração de deixar “coisas”, o mais que consiga e sem grandes preocupações de alta qualidade.
Outros, os que conseguiram a ajuda do tão aspirado génio, foram mais felizes. A mim resta-me o esforço e a persistência. Mesmo sem estímulo exterior ou próximo – até talvez perante o desinteresse e o descrédito no que respeita à valorização do que faço -, apenas por teimosia e por interiorização absoluta daquilo que me assalta como tratando-se de produção que vale a pena deixar, só com isso tenho prosseguido, prisioneiro na cela da minha produção completamente isolada.
Não é uma desculpa para a falta de qualidade. Eu também não gosto do que faço. Razão pela qual não releio o que me saiu na escrita e o que contemplo na pintura não me faz ficar contente comigo mesmo.
É o que tenho a dizer, mas se não o deixasse expresso também não se perdia grande coisa.

(Fim... por agora)

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