domingo, 30 de março de 2008

Uma vida difícil ((8)


(continuação)


Essa ligação deu-me muitos contactos com Espanha e que, mais tarde, me foram de certa utilidade. Pelo menos permitiu-me obter a carteira de jornalista de Imprensa Estrangeira, que mantive durante vários anos, passando a pertencer, por isso, à Associação de Correspondentes Estrangeiros em Portugal.
Ocorreu, por essa data, um concurso levado a cabo pelo SNI para serem apresentados uns versos para uma marcha de publicidade turística, cuja tema seria “O Sol vem passar o Inverno a Portugal”. Li, por acaso, esta notícia num jornal enquanto engraxava os sapatos no velho Palladium. Comprei na tabacaria do café uma folha de papel e um sobrescrito e ali mesmo fiz apressadamente uns versos. Como a autoria se mantinha sob pseudónimo, posto que outro sobrescrito é que indicava o nome exacto do autor, talvez por isso o SNI não tenha eliminado logo a minha participação. E não é que ganhei o primeiro prémio e acabei por receber mais tarde o montante de 1.000$0O!... Só que, por razões que desconheço, essa campanha turística nunca foi levada a cabo. Casualidades?
Por essa altura, ainda consegui arranjar uma hora ao Sábado e inscrevi-me no Instituto Italiano, na rua do Salitre, onde conheci o professor, o jornalista António Fiorillo, que me convenceu a associar-me a ele e instalar em Lisboa uma delegação da agência de notícias de Milão, a Mercúrio, com o objectivo de colocar artigos nos jornais portugueses.
Abriu-se então um escritório na praça do Município, pagando uma renda mensal de 500 escudos. Passei a ter uma vida ainda mais assoberbada e era nas horas do almoço que dava assistência à Mercúrio – Agência Jornalística e Editorial, Lda., pois era assim que se chamava a firma criada.

(continua)

Sem comentários: