sábado, 29 de março de 2008

Uma vida difícil (6)


(continuação)
A publicação durou sete ou oito meses e constituiu um verdadeiro êxito. Mas, como o brasileiro quis fazer daquela iniciativa uma forma de ganhar dinheiro pessoalmente, não pagando a ninguém e nem sequer à tipografia, o fim não podia ser outro. Por meu lado, ainda me mantive na Bertrand cerca de um ano, até terminar o Instituto Comercial. Então preparei-me, com a ajuda de um frequentador assíduo da livraria, o professor Pinto Barriga – que me chamava o “meu homónimo”, porque descobriu que eu tinha um apelido Pinto -, e fiz o exame de admissão ao Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, nome que tinha na época, mas que se situava numa zona distante do Chiado, na rua do Quelhas, pelo que comecei a pensar em mudar de local de trabalho, por forma a poder cumprir horários tanto mais que , nessa altura, não havia aulas nocturnas no Instituto. Mas foi muito contrariado que enveredei por aquela área da economia, posto que aquilo que constituía o meu sonho era História e Filosofia, na Faculdade de Letras, mas o sistema de ensino da época não permitia que, por via da Escola Comercial - embora se aprendesse mais do que no Liceu, como tive ocasião de confrontar com amigos que tinham chegado ao 7.º ano -, pudesse enveredar por um curso superior diferente da I.S.C.E.F. (continua)

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