sábado, 13 de agosto de 2011

TEMPO PERDIDO



Vítor Gaspar de seu nome, o novo ministro das Finanças que substituiu um outro que também atravessou um período de lamúrias e de más notícias – ainda que não tivesse nunca tido a coragem de se culpabilizar, a si e ao Executivo de que fazia parte com um Sócrates sempre a bater no peito e a gritar que era o melhor -, tem agora que suportar com a necessidade de remediar todas as travessuras que foram produzidas por demasiado tempo e cabe-lhe a difícil tarefa de convencer o sacrificado povo de que o mal que é imposto é rigorosamente nece4ssárioo e que o que vem a seguir ainda será pior.
Estamos, pois, numa fase comparável à que se tem de suportar quando, no hospital, temos de encarar com a realidade de o médico ter de dar o golpe no furúnculo que deita pus, pelo que lhe temos de gritar que corte, mas depressa! E que não deixa nada por espremer, pois que se é forçoso sofrer o sacrifício, que seja quanto mais depressa melhor…
Ainda que os governantes actuais já não escondam, como sucedia antes, as realidades e o primeiro-ministro dê um ar de clareza que nunca deveria ter faltado no nosso meio político, a verdade é que ainda não foi claramente expresso ao povo português, com palavras simples e sem “digamos” de nenhuma espécie, faltando uma exposição feita em conjunto, do Governo e do próprio Presidente da República, mesmo assim ainda há uma grande parte da população que não se compenetrou ainda da situação penosa que nos envolve. E a prova é que, perante alguns concertos com artistas estrangeiros que nos visitam, em que os preços são elevados em euros, se forma filas de entusiasta aderentes, dormindo até nas noites anteriores junto às bilheteiras para adquirirem as suas entradas, o que demonstra que, especialmente a juventude, não tomou ainda consciência de que o que espera os habitantes deste Pais é um futuro penoso e que seria bom irmo-nos, todos, preparando para enfrentar as realidades que nos vão ser apresentadas.

Digo isto, mas bem podia estar calado. Nada disto já remedeia o tempo que perdemos nestes trinta e tal anos depois da Revolução…
Jé me referi aqui a uma necessidade imperiosa de ser incluídas escolas primárias uma aula prática de Democracia, para que os jovens alunos comecem a usá-la com a maior naturalidade, sabendo ouvir os outros e só falando quando chegasse a sua vez e tenham alguma coisa de útil para dizer, procurando ser o mais úteis possível à sociedade, mas isso não foi ainda considerado como útil e é pena, porque estamos a perder um tempo precioso. De resto aquilo que se vê, cada vez em maior número, de paredes gatafunhadas de rabiscos feitos por gente seguramente jovem que não entendeu ainda aonde deve chegar a bossa liberdade sem interferir na dos outros…

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