sábado, 23 de julho de 2011

OUTRA EUROPA... OUTRO PORTUGAL?





JÁ TINHA O TEXTO ABAIXO redigido quando surgiu a notícia vinda de Bruxelas de que a Europa tinha, finalmente, dado mostras de que pretende recuperar todo o tempo perdido no passado e que as cabeças tinham sido postas em ordem de modo a que se começasse a enfrentar, com medidas de auxílio de uns aos outro países europeus, a necessidade de não se atingir o tal ponto de dissolução daquilo que tinha constituído um sonho de algum dia se formar aquilo que é absolutamente preciso: o Estados Unidos da Europa. O texto que saiu neste meu blogue, com o título “EUROPA DESUNIDA”, com data de 17 de Julho, dá conta de como, em minha opinião, nos encontrávamos, não sendo evidentemente optimista aquilo que nos estaria reservado se não ocorressem atitudes positivas que discordassem de forma total daquilo que estava a ocorrer e tinha ocorrido para trás, tudo ao contrário do que estaria nas intenções dos criadores da então CEE.
Mas a realidade também é que, em Portugal, como consequência da formação de um novo Executivo e com um Primeiro-Ministro também sem ter dado provas antes de que iria exercer correctamente o seu lugar, ainda que mantendo-se algumas esperanças de que as mudanças sempre podem constituir algo de melhor do que era antes, não estava instalada a confiança absoluta para se poderem cantar hossanas, e ainda hoje, mesmo que devendo ser dado um espaço de manobra que permita aos governantes actuar na boa direcção, o pouco tempo disponível e as más condições em que os portugueses vivem não deixam que haja um mínimo de paciência e por isso é compreensível que as opiniões se movimentem para influenciar os responsáveis a mostrarem isso mesmo: a responsabilidade de serem advertidos pelos mínimos erros que sejam cometidos.
Pois é isso que sucede agora com o meu blogue. Já estava redigido o texto abaixo e é esse mesmo que sai porque o que se aponta continua a ter validade.
Com licença!...


EM TEMPOS NORMAIS, aquilo que o Governo actual já fez no pequeno período do seu exercício poderia ser considerado até como uma excepção do que sucedeu antes, mas face ao estado deplorável em que nos encontramos não hesito em afirmar que, dado existir uma certeza quase assegurada de que o resultado das eleições seria proporcionar a oportunidade de o PSD substituir o PS, ainda que com a ajuda de outro partido, no caso o CDS, pois tudo indicava vir a ser esse o que a maioria dos portugueses desejava, e isso contribui para que, nesta altura, as esperanças de muitos dos nossos compatriotas se encontrem reforçadas, mas, até por tal motivo, as margens de desculpas que possam vir a ser apresentadas pelos eventuais erros que os membros do Governo pratiquem, essas escusas não deverão ser aceites precisamente porque o nosso povo se encontra num período em que as exigências feitas aos que possuem o Poder atingiram um nível verdadeiramente elevado.
E, mesmo que Passos Coelho tenha declarado no período eleitoral que não se iria referir às más atitudes tomadas anteriormente pelo Executivo de Sócrates, procedimento esse que tem de ser aplaudido, há que ter a consciência de que o que verdadeiramente interessa é o caminho a fazer e não o que ocorreu antes, pois a própria História se encarregará de fazê-lo, apesar de tal declaração não pode ser escondida a surpresa de ter assistido ao que se chama de “desvio” de dois mil milhões e 300 mil euros, o que é considerado como tratando-se de uma falta ao que foi declarado e isso não será de bom augúrio.
Ora bem, com a quantidade enorme de medidas a tomar e que o País aguarda, não é justo perder tempo com acções que, mesmo que acolhidas com agrado, não fazem parte da lista de urgências e de opções que devem ser colocadas na cabeça da fila.
Na área da Educação, por exemplo, se é urgente encontrar soluções para acabar com os confrontos que têm existido entre a Fenprof e o Ministério da Educação, a pergunta que deixo neste meu blogue é se não deveria ter sido já tomada uma decisão no que se refere à mudança, todos os anos, dos livros escolares que, nos tempos antigos, permaneciam, dando ocasião a que irmãos na mesma família e, com idades diferentes, aproveitassem os compêndios já utilizados, não obrigando os pais a gastar somas que lhes fazem falta e a deitar para o lixo o que tinham adquirido no ano anterior. Eu sirvo de testemunha, pois tive de utilizar a livralhada da minha irmã mais velha, que, por sinal, deixava muito mal tratados, obrigando-me à tarefa de colar as folhas soltas e de restaurar grande parte do que lhe tinha servido de elementos de estudo.
Se se trata de proteger as editoras de livros escolares, isto é, se a razão da repetição de tal biblioteca escolar permite que se editem as mesmas matérias em anos seguidos e com autores diferentes, mas para dar ganhos a uma pequena quantidade de beneficiados faz sofrer uma multidão de cidadãos, a maioria dos quais g ente com fracos recursos e que efectuam um enorme esforço para suportar os gastos de cada família. Aí está, pois, um assunto que deveria figurar nas prioridades de um Executivo que surge com ar de que quer agradar à população.
E, já agora, acrescento outro assunto que, no meu entender, poderia figurar no role de atitudes que um Governo, recheado de gente com boa imaginação, bem poderia apresentar, logo no início dos seus projectos de actuar e o qual não traria quaisquer encargos para o Estado. Refiro-me aos horários a estabelecer para todo o comércio de porta aberta, pois que se os feriados e as “pontes” figuram na relação de acções a seguir para que termine o excesso de dias em que nada se produz em Portugal, o que, no meu julgamento, contribuiria para o mesmo efeito e teria a vantagem de criar mais empregos. Trata-se de não restringir os dias e horas em que o referido comércio em geral poderia ter as suas portas abertas, e não só no que se refere aos grandes espaços, mas atingindo todo o tipo de estabelecimentos fossem quais fossem as áreas a que se dedicassem. Que os grandes supermercados e congéneres podem já efectuar o seu comércio aos domingos e feriados, mas é pouco. O que se impunha, especialmente nesta época de crise, era que não se interferisse nos horários de actuação não só desses mas de tudo que representasse porta aberta aos clientes. Isso, evidentemente, havendo uma fiscalização rigorosa para que os empregados não sofressem do abuso de “patrões” que se aproveitassem de tal liberdade e não admitissem mais pessoal para ocupar as horas de actuação. E tudo isso enquanto, por outro lado, as instituições oficiais 1ue regulam a actividade comercial, especialmente as Câmaras Municipais que andam sempre à caça de receitas por tudo e por nada, abrissem francamente as suas ideias, diminuindo o mais possível os entraves que gostam de criar, burocratizando especulativamente tudo o que consideram de licenças. É sabido que tais sectores locais da governação actuam mais rigorosamente no que respeita a autorizar do que o contrário. O que leva a que o desconsolo e as desistências de bastante investidores que poderiam aumentar os seus negócios – com o aumento de postos de trabalho – surjam em primeiro lugar e, no caso de serem estrangeiros, deixarem Portugal à busca de outro País identificado com as facilidades.
Volto a este Governo que mantemos agora. Há que ter a compreensão suficiente para que apareçam rapidamente novas atitudes que contribuam para que sejamos mais produtivos e em que os ingressos de dinheiro sejam facilitados, tudo para que a economia do nosso País se equilibre com urgência. E a participação que se pede aos contribuintes, essa virá mais depressa se se puder contar com a compreensão dos que se encontram por detrás das secretárias e tratam os contribuintes com completo desconhecimento das realidades nacionais.

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