terça-feira, 21 de junho de 2011

ESPERANÇAS



AS ESPERANÇAS QUE o ser humano consegue albergar no seu íntimo, normalmente são acompanhadas do desejo de deparar com melhorias no futuro que lhe é apresentado. Ter esperança nas melhoras de uma doença, no alcançar um emprego que lhe resolva os problemas de subsistência, nua concretização de uma amor que se encontrará num caminho periclitante, de fazer as pazes com alguém com quem se incompatibilizou e que lhe provocou um certo desconforto. São essas as esperanças que os homens procuram manter quando se lhes depara uma situação que dá mostras de constituir uma complicação na sua vida.
Com a entrada em funções do XIX Governo chefiado pelo vencedor das últimas eleições legislativas, Pedro Passos Coelho, uma incógnita política por não ter dado provas antes da sua capacidade em tomar conta de um Executivo, sobretudo perante a herança que lhe é deixada pelo seu antecessor – e mais vale esquecermos a personalidade que lá se encontrou ao longo de seis anos, para não nos distrairmos com o que já não interesse e pela falta de tempo que temos para pormos a Casa em ordem -, face a este novo grupo que vai tomar conta do nosso futuro, especialmente o imediato, a esperança tem de ser algo que não é útil que nos abandone, pois se assim for, a comparticipação dos portugueses não se torna visível e, sem ela, a produção que é a base essencial para podermos tentar aumentar o nosso activo e com ele criar as condições de diminuir o desemprego, esse desejo imperioso não participa na melhoria das contas públicas e cairemos de novo numa fase de poço sem fundo, com as consequências que ninguém é capaz de prever.
Isto para dizer o quê? Que, mais do que nunca em toda a nossa História, não podem os portugueses deixar cair os braços e ficarem completamente desesperançados de que não somos capazes de ultrapassar este terrível momento que, numa frase, se pode definir de que “ou é agora ou nunca!...”
Nem vale a pena dedicarmo-nos a estudar cada uma das figuras que passaram a fazer parte do grupo governativo. São aqueles e têm de ser eles e elas a fazer tudo o que puderem 8e sobretudo o que não puderem) para que possamos das a volta por cima. Com algum erro pelo meio, pois com certeza. E embora o desejável seja que tudo seja bem pensado, cuidadosamente aplicado e com o maior emprenho para não existirem enganos, como o errar é próprio dos homens, se tal acontecer alguma vez, o que se impõe é que, de imediato, os lapsos sejam reconhecidos e declarados publicamente, sem complexos e com verdade, actuando-se de seguida na reparação do que saiu mal. Esconder é que não. Fazer como foi costume em Portugal desde o 25 de Abril e, especialmente neste último período, isso é que não pode ser tolerado pelos que têm a seu cargo a inspecção dos actos desses que se sentam nos gabinetes e usam das mordomias que são dadas aos que se emproam por serem tratados por ministros.
Carrinhos à porta com motorista sempre às ordens e almoçaradas repetidos por tudo e por nada, isso todas as mordomias que se conhecem a Suas Excelências, isso é que tem de acabar quanto antes. Não se pode dar largas a esse grupo de funcionários públicos que tomaram a seu cargo as chefias dos ministérios.
Os discursos do Presidente da República e sobretudo o que foi pronunciado pelo actual chefe do governo não podem cair em saco roto. Ai deles, dos dois, se não cumprirem aquilo com que se comprometeram nas afirmações que fizeram.
Olhem para as movimentações populares que estão a decorrer em vários locais no estrangeiro e, muito embora os portugueses não tenham esses hábitos, nunca se sabe se, face a um excesso de sofrimento, não seguirão os passos dos exemplos que são mostrados todos os dias.
Olho alerta!...

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