quinta-feira, 2 de junho de 2011

A BERTRAND

Oh Bertrand da juventude
Dos vinte anos de então
Eu te recordo amiúde
Quando já sou ancião

Junto dos livros, aí,
Nasceu em mim a paixão
De ler o que depois li
De não perder a lição

Estudava então também
Que a vida fácil não era
Tinha de ir mais além
Quem sabe o que nos espera

Tive sorte, a Bertrand
Ensinou-me o caminho
Mostrou-me o amanhã
Serviu-me também de ninho

Então, o grande Aquilino
Que aí sempre parava
Tornou-se o meu paladino
E ouvi-lo eu adorava

E à tarde, ao cafezinho
Tomado ali no Chiado
Podia ser o padrinho
A estimar o afilhado

Oh Bertrand, passaram anos
E aí estás sempre de pé
Na esquina, não há enganos
Em plena rua Garrett

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