terça-feira, 17 de maio de 2011

REFORMADOS - ESTES E OS OUTROS!...



SE ISTO É PARA ENTENDER, então eu mantenho-me no meu lugar que é o de andar permanentemente confuso, ou seja, não perceber nada do que fazem e dizem os senhores que tomam decisões em nome do Estado. E, mesmo com um Governo a sair de cena, as decisões que são noticiadas só servem para nos provocar maior confusão e desconfiança de que andam a brincar connosco.
Já nem vale a pena repetir o que é sabido por todos: o País está de tanga e as ameaças de que não estará muito longe o dia em que não haverá dinheiro para pagar as reformas, esse susto estará aí ao virar de umas esquina e agora, com as eleições que espreitam, quem vier tem todos os motivos para acusar quem partiu de que deixou os cofres vazios e que a culpa pertence, portanto, ao que já não estiver no poleiro.
Então aceita-se de bom grado que as chamadas “pensões douradas”, ou seja reformados que recebem mensalmente para cima de 4.000 euros, que é o máximo atribuído, já custe ao Estado cerca de 350 milhões de euros e que, esta ano, já há mais 59 reformados que recebem cerca de 5.000 euros mensais, contradizendo a regra estabelecida e a tendência é que, até ao final do ano, o crescimento se verifique de forma inaceitável.
Claro que os sujeitos bem colocados e a pontos de se encontrarem perto da idade mínima que a Lei prevê para mandar para casa quem tem ainda condições para se manter no trabalho, logo a descontar e não a receber, aproveitam as oportunidades que as leis feitas pelos seus compadres lhes proporcionam e, antes que seja tarde, “ala, que se faz tarde!”, indo gozar uma quantidade enorme de anos que ainda têm pela frente e, em muitas situações, ainda vão ocupar um lugar, numa empresa pública ou semi, e acrescentando mais uns “trocos” que bem sabem para umas idas de férias a ilhas exóticas.
É o que vale ainda nesta Terra sem Rei nem Roque (nem sei se , coma nova ortografia isto se escreve com maiúsculas ou minúsculas), mas para o caso tanto faz, pois que o dinheirinho esse sai em bem maiúsculas notas… enquanto houver… que as reformas dos que só recebem umas migalhas… enquanto houver… essas nem irão dar para ir em excursão adquirir pão à equina.
Teixeira dos Santos como não vai ficar sem emprego, pois que, ao sair do Governo sempre tem a tutela da Caixa Geral de Aposentações, não irá seguramente fazer uma missão a pé a Fátima, pois que, com José Sócrates não se atreve a correr esse risco, e sozinho tem outras Nossas Senhoras onde as populações não os conhecerão e sempre se resguardam de alguma frase desabrida que saia dos descontentes.
E ao ter assistido ontem ao frente-a-frente de José Sócrates com Jerónimo de Sousa, a conclusão a que foi possível chegar não se diferenciou de outras anteriores, não só entre os dois respectivos partidos como entre os vários que se perfilam para a campanha eleitoral. O PCP tem sempre a mesma linguagem, se bem que, nesta fase de penúria, se possa encontrar mais alguma razão no sector do populismo comunista do que na cabeça empoeirada de um Sócrates que não tem a menor ideia de como se pode governar com restrições e com escolhas de bom senso sobre onde se deve investir numa altura e não noutra.
Não pagar a quem se deve é, sem dúvida, uma forma de não gastar. Só que a reputação de um País e a perca de outros auxílios que sejam necessários – e sê-lo-ão – teria um fim impiedoso, pois ninguém empresta aos caloteiros. Mas não é por aí que o problema se resolve. E nenhum dos dois opositores teve a coragem de referir que um dos maiores males portugueses é a falta de convicção que por cá existe de produzirmos o máximo e sermos o mais eficientes, cada um nas sus funções, seja numa actividade menor seja, sobretudo, a actuar em lugares de responsabilidade, em que esta seja exigida e castigada quando não for a suficiente, em lugar de todos nos julgarmos – como é o vício de Sócrates – de nos gabarmos, de afirmarmos que somos os melhores e de proclamarmos que o que foi feito não havia ninguém que fizesse melhor.
Marcamos passo sempre no mesmo sítio. E como não saímos de onde estamos, antes até descaímos para trás, como é que se pode ter o mínimo de esperança em relação ao futuro?
Já veremos no dia 5 de Junho. Não é necessário esperar muito!...



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