sábado, 28 de maio de 2011

RETIRADA



POR MUITO QUE SE LEVANTEM SEMPRE DÚVIDAS quanto às promessas que são feitas nos períodos pré-eleitorais, alguma coisa fica que vai mantendo-se como esperança de que não deixe de acontecer após serem conhecidos os resultados dos votos e quem garantiu que fazia uma certa coisa acabe por não faltar totalmente à sua palavra. E, neste caso, tratando-se de uma figura política em quem eu, particularmente, deposito uma enorme estima e consideração como pessoa, sempre alimento o desejo de que não surjam razões posteriores que contrariem o que foi declarado antes.
António Almeida Santos, pessoa que me merece o maior respeito ainda que, neste período mais recente tenha dado mostras de ser um apoiante incondicional de José Sócrates, primeiro ministro que, como sabem os que me lêem, não é figura por quem eu mantenha o mínimo de consideração na sua conduta política, veio garantir, numa curta entrevista publicada no “Sol”, que “se o PS perder na consulta eleitoral, Sócrates se afasta do Partido e que tudo fará para que haja um Governo de maioria”. Como esta afirmação vem de quem vem mantenho a confiança de que não vai ser um empecilho no que diz respeito à formação do novo Executivo, caso, evidentemente, o PS não se situar na primeira posição.
Ora aí está, portanto, uma boa notícia de que Portugal muito necessita, posto que a situação complicada que reina na política nacional e a necessidade que se vai verificar, creio eu, de ser uma formada uma coligação para ser obtida uma maioria, não permite que apareçam brigas entre partidos que compliquem ainda mais o cumprimento das obrigações que foram assumidas pelos grupo que assinaram o documento com a Troyka. E goste-se ou não do seu conteúdo, haja ou não necessidade de renegociar mais tarde as cláusulas que constam do acordado, o comportamento português tem de ser o mais sério possível e isso só será possível se não existirem discrepâncias internas que levantem dificuldades da nossa parte. Bem basta conseguir-se atingir os valores elevadíssimos que constam da dívida no seu total.
Por esse motivo não alargo o meu comentário de hoje a outros temas. Esta garantia que dá Almeida Santos de que o seu amigo e companheiro de Partido, Sócrates, se retirará caso não fique em primeiro lugar na classificação geral das eleições do próximo dia 5, só isso chega para se sentir uma lufada de ar fresco que, por hoje, já chega.

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