sexta-feira, 20 de maio de 2011

PAGAR AS DÍVIDAS



ESTE TEMA TEM VINDO A SER REFERIDO nos vários frente-a-frente a que houve oportunidade de assistir na televisão e em que dois responsáveis por partidos políticos do nosso País trocam pontos de vista. E, é verdade, quer o Bloco de Esquerda quer o Partido Comunista, são os grupos que mais insistem nesta atitude de não se deixar envolver pelo problema de ter que pagar os empréstimos e, sobretudo, os juros que são considerados escandalosos.
Vem a propósito, face à observação que foi possível fazer das duas figuras que representam o Bloco e o CDS, ambos bastante convencidos daquilo que defendem e em que o responsável pelo CDS, Paulo Portas, terminou com quaisquer dúvidas que possam ainda existir no que respeita a uma determinada vaidade, se assim se lhe pode chamar, pelo uso excessivo do “eu”, pois que, como tenho afirmado em diferentes ocasiões, poderá constituir uma fonte de preferência pelo voto em tal personagem ou, ao contrário, servirá de relutância em escolher alguém que não leva em linha e conta o conjunto do seu partido, considerando-se, por isso, insubstituível, o melhor, o decisivo.
Seja como for, o que tem de preocupar os portugueses é que tudo indica que o resultado das eleições do próximo dia 5 de Junho não darão um escolha indiscutível, antes obrigarão o Presciente da República a usar do seus direitos, pois que isso de sair um Partido com uma soma de votos que lhe dê, abertamente, a maioria da governação sem companhia, é coisa que pouca gente terá como hipótese possível, o que quererá dizer que o entendimento partidário após a votação fará com que se crie um panorama de difícil solução.
Chegue ou não chegue a tempo o empréstimo previsto pela Troyka dos 78 mil milhões de euros, de que já se sabe que uma grande parte já está destinada e de que já nem vale a pena lastimamo-nos por não ir ser utilizado todo o dinheiro para fazer frente a encargos inadiáveis, perante isso há que prever que o montante que nos está destinado não durará o tempo suficiente para suportar a enorme diferença que existe entre aquilo que produzimos e o que gastamos (dito assim para utilizar uma linguagem compreensível por todos e não cair no vício das percentagens que deixa o povo mal esclarecido), o que quer dizer que é mais do previsível que não fica por aqui o total dos empréstimos que se acumulam para os futuros cidadãos se preocupem em liquidar.
Mais um pessimismo, dirão alguns. Pois será, mas como não será preciso esperar muito tempo para se encarar a realidade, quem cá estiver que confirme ou se regozije por não ser assim tão mau o panorama que é apontado.
Quem me der andar enganado. Não faço nenhuma questão de ter razão antes de tempo. É bom prevermos mal os assuntos para podermos depois pedir desculpa a quem leu estes textos.

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