segunda-feira, 28 de março de 2011

DÚVIDAS


SE EU SEMPRE FUI um ser pleno de dúvidas, cada dia que fui acrescentando à minha vivência, cada vez que julguei estar a aumentar os meus conhecimentos foi sucessivamente crescendo em mim a convicção de que era cada vez maior a distância que me separava do saber e nessa área, mais ainda do que em qualquer outra, o descobrir o que é isso de alguma força super humana comandar o que ocorre neste nosso espaço terrestre e que justificações existem que convençam os de pouca fé de que aquilo que se pode chamar de Justiça Divina é aplicada com a certeza de que não são cometidos equívocos naquilo que se poderá classificar como sendo a concessão de benesses em vida aos que nada fazem para o merecerem. A História do mundo é pródiga em relatar situações dolorosas de gente que ofereceu grandes feitos à Humanidade e que, apesar disso, não conseguiu, pelo menos ao longo da sua existência, obter o reconhecimento por parte dos restante membros do nosso Globo, partindo para outros ares e só passados tempos, por vezes séculos, é que alguém os coloca no pedestal a quem tinha direito. No campo das ciências, das artes de todos os matizes e até mesmo de atitudes humanas dignas de reconhecimento pelo sacrifício que terão representado, muitos terão conseguido ver virar-se para si os olhares dos que se deram ao trabalho de valorizar o que significaram. Nesse aspecto, a Igreja Católica tem-se colocado em posição favorecida, posto que sempre vai descobrindo figuras que acabam por colocar nos altares da sua religião. Mas a generalidade dos acontecimentos não é isso que mostra. E a pergunta a fazer é de quantas sinfonias artísticas, na amálgama dispersa de artes a que o Homem poderá deitar mão, terão ficado encafuadas nos esconsos mais profundos, apenas porque não existiu a oportunidade de serem transpostas para o conhecimento geral. Venho este meu arrazoado a propósito de quê? Não se trata de qualquer novidade divulgar que grandes nomes mundiais de génios só passaram a ser adorados quando eles já não circulavam na crosta terrestre. Da mesma forma que o contrário, de personalidades que tão mal fizeram ao mundo mantêm os seus nomes gravados na memória histórica e até conseguem, passados tempos, obter admiradores que desejariam seguir as pisadas de tais figuras arrepiantes. Daí eu me interrogar e não obter resposta no que respeita a indivíduos que conseguem obter um tratamento favorecido da vida, sem que se lhes encontre o menor merecimento que não seja o do benefício próprio. E enquanto por um lado as misérias atingem multidões de viventes, por outro, este ou aquele, aqui e ali, gozam de umas recompensas, não se sabe vinda por ordem de quem, que provavelmente comande de um ambiente ultra terrestre, que parece querer desafiar até as crenças dos mais arreigados a uma determinada fé. Esta agora, ainda que já conhecida, de o tal Armando Vara, nome que tem circulado pela comunicação dadas as conversas escondidas com o saído José Sócrates, receber 822 mil euros pagos pelo banco BCP, pelo facto de ter exercido as funções de vice-presidente (2008/2010), tendo suspenso as suas funções em Novembro de 2009, pelo que lhe foi concedida aquela “esmola” correspondente aos salários que lhe eram atribuídos e ao longo dos meses em que já lá exercia actividade, e isso para cumprir a norma de não ir exercer idênticas funções noutro estabelecimento similar (!), sabendo-se que a saída de Vara da actividade bancária se deveu ao facto de ser constituído arguido no processo “Face Oculta”. E rezam as notícias que Armando Vara, tendo saído do BPN em Julho de 2010, logo em Setembro foi contratado por uma empresa de construção, como presidente de uma subsidiária em África… Não desisto de tentar entender aquilo a que o povo chama ingenuamente de “nascer com o rabinho virado para a Lua”. Eu, por mim, até que me convençam de outra coisa, trata-se de concessão de privilégios que uma força superior concede a quem lhe cai bem e que, por isso, tanta diferença faz entre os que são privilegiados e os que desde a nascença e até à morte só deparam com contrariedades. Que Diabos! Afinal que fez este Vara ao longo da sua existência que seja digno de merecer tanta sorte? E já agora, só para rematar, vale a pena referir o confronto que teve lugar no Sporting Clube de Portugal, por inconformismo de uma parte dos sócios em relação à vitória como Presidente de quem eles não apoiavam. Nem comento, e são tais comportamentos dos portugueses que provam que, ao cabo de 37 anos de Democracia, se está longe de estarmos preparados para praticar a menos má das políticas – como lhe chamava Churchill. Que se pode esperar das más educações entre os políticos que se guerreiam para conquistar a toda a força o poder que lhes dá tanto jeito! É um verdadeiro enjoo…

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