domingo, 27 de março de 2011

DEIXAR DE ESCREVER


Não consegui introduzír este poema senão como uma versão de texto corrido. Até descobrir como saio desta situação, assim me fico



Se eu não escrevesse o que faria? /Se não pudesse passar ao papel o que arde dentro e faz azia seria de mim próprio infiel estoirava acabava guardar só p’ra mim sem desabafar recalcar no fundo as amarguras já porque quem não gosta de falar nas letras se vinga e nas pinturas Quem escreve debita desalentos em texto simples ou mesmo poemas é uma forma d’abrir sentimentos e igualmente de quebrar algemas libertar-se superar-se no dia em que deixar de escrever quando vier a sentir-me incapaz é então a hora de perceber que o que resta nada me traz melhor é partir deixar de existir e quem cá ficar que faça as contas que julgue os que primeiro partiram e se conseguir que agarre as pontas dos que quiseram mas não conseguiram São assim os alcatruzes da vida sobem p’ra encher descem e despejam mesmo aqueles que passam de corrida sem tempo que chegue p’ra o qu’almejam mas génio mostram mais tarde gostam depois de cá não estarem p’ra ver e de não lhes chegar a admiração não tendo já por isso o prazer de merecer especial menção Enquanto por cá eu puder pensar e possa escolher o que mais gosto ao menos que não tenha de guardar p’ra mim e tenha de esconder o rosto envergonhado culpado por isso o qu’escrevo, o que pinto melhor ou pior é para mostrar porque o que deixo é bem o que sinto outros que guardem ou queiram queimar

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