segunda-feira, 13 de setembro de 2010

DESENCANTO POR ENQUANTO!...


O que é isso de não fazer sentido? E de ter sentido?
De ter que ver com o que fazemos e com o que dizemos?
Em princípio, a própria expressão tem falta de sentido gramatical. O sentido não se faz, tem-se. Ter sentido é ter orientação. Depois, se se pretende com a referida frase significar que algo não vem a propósito, que está fora do tempo e do lugar, então não se trata de sentido, mas sim de colocação do que se faz e do que se diz, no tempo e no espaço.
Admitindo, porém, que fazer sentido quererá dizer que se é coerente, que se actua na altura própria com os meios mais adequados e com a fraseologia que se adapta melhor às circunstâncias, nesse caso é admissível afirmar-se que tudo faz sentido neste mundo, tal como ele foi concebido, e do qual o Homem, se apropriou e passou a explorar.
Se a própria vida, a morte, a felicidade, a desgraça, o trabalho, o desemprego, a saúde, a doença, o ódio, o amor, a alma caridosa, o mal feitor e por aí fora, se tudo isso tem sentido, porque existe, porque foi assim que a esfera terrestre foi criada, com benefícios e malefícios, logo, tudo tem sentido, dentro da expressão discutível mas aceitável pela vulgarização do emprego.
Ao fim e ao cabo, o que não fará qualquer sentido é este texto, escrito um pouco a contra-gosto. Se, o que se tornou uso e costume já não oferece discussão, se o tal fazer sentido se aplica sem discussão do seu significado etimológico, logo, que se continue a usar essa expressão quando se pretende discordar daquilo que alguém faz e ou diz.
Eu, por mim, fico-me pela expressão disparate. Pelo menos não oferece dúvidas!

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