terça-feira, 27 de julho de 2010

TAP/IBERIA


PEÇO desculpa por voltar, excepcionalmente, a um tema de crítica que eu, há alguns dias, pus de parte para me dedicar apenas ao meu DESENCANTO POR ENQUANTO.
Mas vou ser rápido, embora o tema não seja novo para mim, pois há bastante anos que eu levanto a questão, mesmo muito antes da crise, de se tirar maior proveito com o que custa caríssimo ao erário público e que não obtém os resultados que se devem exigir para interesse nacional.
Trata-se agora da notícia e que a TAP atravessa um período de grandes dificuldades financeiras e que, como está a suceder por toda a parte em Portugal, não se sabe como solucionar esse problema.
É evidente que a minha tese bate sempre na mesma tecla. AQ de nos unirmos aos nossos parceiros ibéricos, com o objectivo de sairmos ambos a ganhar. E essa minha defesa da junção da TAP e da IBERIA numa companhia que juntasse até os dois nomes, por exemplo TAT/IBERIA, e em que os enormes gastos que se dispensem por todo o mundo, com as delegações e os escritórios abertos onde as companhias chegam, se poderiam reunir numa só representação, assim como os balcões que se encarregam da propaganda turística de ambos os países deveriam figurar nos mesmo locais das companhias aéreas, não ficando mesmo por aqui a junção de actividades que não se afastam assim tanto dos outros dois objectivos e que são os escritórios que, no nosso caso, se chama agora AICEP (antes apenas ICEP, sem se entender o motivo de tal mudança, a menos que tenha sido por invenção de um desses cérebros que há por aí e que não são capazes de ter ideias positivas), pelo que, Portugal e Espanha, ambos países interessados em propagar as visitas de turistas estrangeiros a esta Península que está junta, tirariam todo o partido em fazer a divulgação dos produtos de origem ibérica, em mostrar-lhes a forma de chegar por via aérea e, dessa forma, também referir-lhes as belezas do turismo da Península mais a ocidente da Europa.
Então não seria, com os devidos funcionários das duas línguas, uma maneira de economizar milhões de euros por ano e, ao mesmo tempo, efectuarem um trabalho proveitoso, sendo que, para optarem por uma companhia aérea ou por outra, desde que ambas estivessem unidas em função comercial e até associativa, não existiria o espírito da competição, dado que as duas trabalhavam para o mesmo.
Claro que um ideia destas merece um estudo profundo para que não se cometam erros práticos, mas este exemplo constituiria uma amostra de que o abraço de interesses que venha a ser feito um dia – disso não tenham a menor dúvida aqueles que continuam agarrados ao caduco “albarrutismo”, que não têm já ponta por onde se lhe pegue e que os portugueses. cada vez mais atordoados com as dificuldades que são obrigados a enfrentar, da mesma maneira que os vizinhos espanhóis, também eles a serem vítimas da crise que ataca por todos os lados, aceitariam como porta de saída do que já chega como sacrifício dos cidadãos.
Desde 1962 que, em coluna semanal que saia no velho “Jornal do Comércio”, com o título “Campanha para uma aproximação económica luso-espanhola”, que foi depois proibida pela Censura da época, luto pela união produtiva do bloco formado por esta Península que, se pertencesse a uma dos países europeus que está encafuada no meio do Continente, há muitos anos que impunha a sua presença e tirava os benefícios daí resultantes.
Vejam lá se a França, a Alemanha e até a Inglaterra apoiaram algum vez, ao longo da História essa união e não arranjaram consecutivamente enredos para que o entendimento ibérico nunca se efectuasse!

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