
AGORA, QUE O PAPA já partiu para o Vaticano, vale a pena ainda referir um acontecimento, a fechar este preâmbulo que tem sido escrito durante os dias em que ocorreu a visita papal. José Socrates entendeu que deveria ir apresentar cumprimentos ao Bento XVI e, nessas circunstâncias, deslocou-se à Nunciatura onde não precisou de tocar à campainha, como tinha sucedido nessa manhã em que o Cardeal Patriarca, ao chegar ao edifício, foi forçado a carregar duas vezes no botão da chamada, até chegar alguém que lhe abriu a porta. Este, um pormenor curioso que não pode deixar de ser anotado, pelo menos neste meu texto, pois considerei uma gafe enorme terem forçado o nosso Cardeal a esperar na rua até que o deixaram entrar no edifício onde o Papa tinha dormido. Mas o primeiro-ministro, cumprindo apenas um dever de ofício, não teve de aguardar para se apresentar perante o Sumo Pontífice. Mas tinha sido engraçado se tivesse sido forçado a esperar à porta… cupado o espaço antes do texto propriamente dito do meu blogue.
LEEM-SE com frequência textos de alguns cronistas que dão mostras de ver, com preocupação, o PSD envolvido na actuação do Governo Sócrates e de ficar parceiro das culpas que são atribuídas a José Sócrates pela sua má actuação teimosa de que tem dado mostras na condução dos destinos de Portugal. Será, de facto, um risco que corre o Partido Social Democrata e que a História, quando for relatada a actuação do Executivo neste período, provavelmente não conseguirá explicar com clareza uma aparente associação dos socialistas com os parceiros mais à direita.
Mas eu, que me posso considerar insuspeito porque nunca fui seguidor da política estabelecida por cá por Sá Carneiro, homem que, sem dúvida, merece a consideração dos portugueses e que teve um fim infeliz, analiso a situação com a necessária distância e não fico amarrado a uma posição vinculativa. No que se refere a José Sócrates, a sua tomada de posse como primeiro-ministro pareceu-me adequada na altura. Mantive durante certo tempo a esperança de que seria a pessoa adequada na situação específica que se vivia na altura e até a sua inexperiência política naquele cargo considerei que não seria motivo para ter sido uma má escolha dos socialistas.
Só que, com o andar dos tempos, perante uma postura que eu desconhecia que viesse a assumir e com a qual sempre me insurjo, ao não ser capaz de reconhecer os erros que todos os humanos praticam e de que não são excluídos os governantes, aí fui acumulando uma repulsa que se avolumava com os equívocos políticos que praticava e pratica, sempre acompanhados de uma certeza do bem fazer que, no mínimo, tinha de provocar uma analgesia crescente. Perante essa postura cheguei ao ponto de só suportar a personagem à falta de outra que se apresentasse e que criasse a ilusão de ser uma substituição benéfica, na qualidade e na oportunidade.
Por isso, o acordo que estabeleceu por iniciativa de Pedro Passos Coelho, acolhida com alguma desconfiança, mesmo que recente e por isso não tenha dado ainda ocasião para certezas quanto a resultados, representou uma possibilidade de, a bem do País, ser sustida a impetuosidade do governante que nunca pensa duas vezes antes de tomar uma decisão. E que, seja esta qual for, considera sempre ser a única e a melhor.
Mas, há que reconhecer que o PSD corre um risco que, seja-se ou não seguidor deste Partido, tem de ser apreciado pelos portugueses, pois que a intenção parece ter sido a de procurar um entendimento que sempre é preferível a um confronto, especialmente em período de dificuldades. E a Sócrates este acordo vem-lhe mesmo a calhar, pois que, como é habitual, os finais de mandatos governativos apresentam-se sempre difíceis e a fase em que se encontra o Executivo já é o de lhe convir dividir as culpas...
Resta ver como correm agora os ambientes, conhecidos que são os impostos que sofrem aumento a partir de 1 de Julho. E se é nesta altura que se começa a praticar uma política de verdade aos portugueses.
Mais mentiras e segredos, novos “casos ocultos”, isso é que não se pode tolerar.
LEEM-SE com frequência textos de alguns cronistas que dão mostras de ver, com preocupação, o PSD envolvido na actuação do Governo Sócrates e de ficar parceiro das culpas que são atribuídas a José Sócrates pela sua má actuação teimosa de que tem dado mostras na condução dos destinos de Portugal. Será, de facto, um risco que corre o Partido Social Democrata e que a História, quando for relatada a actuação do Executivo neste período, provavelmente não conseguirá explicar com clareza uma aparente associação dos socialistas com os parceiros mais à direita.
Mas eu, que me posso considerar insuspeito porque nunca fui seguidor da política estabelecida por cá por Sá Carneiro, homem que, sem dúvida, merece a consideração dos portugueses e que teve um fim infeliz, analiso a situação com a necessária distância e não fico amarrado a uma posição vinculativa. No que se refere a José Sócrates, a sua tomada de posse como primeiro-ministro pareceu-me adequada na altura. Mantive durante certo tempo a esperança de que seria a pessoa adequada na situação específica que se vivia na altura e até a sua inexperiência política naquele cargo considerei que não seria motivo para ter sido uma má escolha dos socialistas.
Só que, com o andar dos tempos, perante uma postura que eu desconhecia que viesse a assumir e com a qual sempre me insurjo, ao não ser capaz de reconhecer os erros que todos os humanos praticam e de que não são excluídos os governantes, aí fui acumulando uma repulsa que se avolumava com os equívocos políticos que praticava e pratica, sempre acompanhados de uma certeza do bem fazer que, no mínimo, tinha de provocar uma analgesia crescente. Perante essa postura cheguei ao ponto de só suportar a personagem à falta de outra que se apresentasse e que criasse a ilusão de ser uma substituição benéfica, na qualidade e na oportunidade.
Por isso, o acordo que estabeleceu por iniciativa de Pedro Passos Coelho, acolhida com alguma desconfiança, mesmo que recente e por isso não tenha dado ainda ocasião para certezas quanto a resultados, representou uma possibilidade de, a bem do País, ser sustida a impetuosidade do governante que nunca pensa duas vezes antes de tomar uma decisão. E que, seja esta qual for, considera sempre ser a única e a melhor.
Mas, há que reconhecer que o PSD corre um risco que, seja-se ou não seguidor deste Partido, tem de ser apreciado pelos portugueses, pois que a intenção parece ter sido a de procurar um entendimento que sempre é preferível a um confronto, especialmente em período de dificuldades. E a Sócrates este acordo vem-lhe mesmo a calhar, pois que, como é habitual, os finais de mandatos governativos apresentam-se sempre difíceis e a fase em que se encontra o Executivo já é o de lhe convir dividir as culpas...
Resta ver como correm agora os ambientes, conhecidos que são os impostos que sofrem aumento a partir de 1 de Julho. E se é nesta altura que se começa a praticar uma política de verdade aos portugueses.
Mais mentiras e segredos, novos “casos ocultos”, isso é que não se pode tolerar.
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