quarta-feira, 26 de maio de 2010

DESEMPRGO - SOLUÇÃO?


EU JÁ SEI que me vai cair em cima uma imensidão de comentários descompondo-me por escrever hoje esta opinião que, por sinal, não é a primeira vez que a expresso. Mas é que eu, defendendo nesta altura um princípio que não estaria nos meus horizontes anos atrás – e, evidentemente, antes do 25 de Abril -, perante as circunstâncias que se vivem em Portugal na actualidade, com mais de 700 mil desempregados e com perspectivas de não se ficar por aqui, não se descortinam saídas muito diferentes desta que exponho agora.
A CGTP, o PCP, o BE e a própria UGT, para além de muitas outras organizações ligadas ao sindicalismo, como é óbvio e embora não tenham soluções para o grave problema que atormenta centenas de milhar de famílias nacionais, tais grupos vão enraivecer-se face a esta realidade e, se não for encontrada outra saída que não seja a que aponto agora – e não sou só eu que recorro a este derradeiro caminho, só que não dão mostras do mínimo de coragem para divulgarem o que admitem -, acabando por, dentro de normas legais, o Estado optar por tal via, bem pode vir a casa abaixo mas, desde que devidamente explicada à população a vantagem de tal medida, não haverá outro meio de tentar diminuir o desemprego. E, acima de todos os enfileiramentos políticos, o que é preciso que se enraíze na cabeça dos portugueses é que, nesta altura, não se trata de ser de direita ou de esquerda, mas apenas de tudo fazer para salvar a pele, para evitar os males maiores que espreitam e que não há qualquer greve que os evite.
Vamos, então a isso e expliquemos o que pretendo colocar neste blogue: nos Estados Unidos da América (e não só neste País), desde sempre que a liberalização nos empregos foi a forma de criar enorme ligeireza no mercado de trabalho. Quer dizer, tanto empresários como trabalhadores nunca estiveram confrangidos por contratos que ligavam uns e outros, por tempos definidos ou para todo o sempre, pelo que a manutenção de lugares e a mudança para outras actividades consideradas mais interessantes pelos dependentes dos salários não forçou a que, de um lado e do outro, ainda que contra as suas vontades, permanecessem com os mesmos relacionamentos.
Claro que os chamados patrões, perante funcionários que demonstravam grande capacidade para exercerem os seus trabalhos, só desejavam mantê-los nos seus lugares e até compensá-los com melhores condições, para não perderem a sua colaboração. Era e é a lei da oferta e da procura. Quem tem consciência de que se aplica com rigor, honestidade e profissionalismo nas funções que exerce, também tem a garantia de que o emprego onde actua está garantido. E tudo faz para que os resultados da empresa sejam alcançados, pois que isso é também uma garantia de que não existe o risco de o encerramento por falência ou diminuição de proventos.
Todos nós por cá temos a consciência de que a garantia de um emprego para toda a vida, através das leis que não permitem os despedimentos, a menos que se tratem de faltas gravíssimas que, mesmo essas, necessitam da intervenção dos Tribunais de Trabalho que, como sabemos, raramente tiram razão ao chamado trabalhador, e o resultado dessa actuação é a de que um enorme número de funcionários, públicos ou privados, depois de se encontrarem comodamente instalados nas suas funções, o menos por que se preocupam é com o serem produtivos e cumpridores das regras que deviam ser seguidas em qualquer função por conta de outrem.
Dai também, os nossos emigrantes serem tão respeitados nos trabalhos no estrangeiro e, dentro das nossas portas, portarem-se de maneira verdadeiramente criticável. É que a protecção do trabalho na nossa Terra retira-lhes o receio de serem dispensados. E daí, Portugal ser um País de tão baixa produção e não conseguir suprir o mercado nacional, obrigando às importações que provocam, como nos encontramos agora, com tão grande défice entre o que consumimos e o que produzimos. E, no que respeita às exportações, esse mesmo efeito é o da balança de pagamentos se apresentar com tão grande desequilíbrio em nosso desfavor. Claro, que a deficiência na área dos gestores também contribui, e muito, para o baixo rendimento do trabalho. Mas esse é outro mal português e aí igualmente há que fazer muito. O terem terminado as escolas técnicas, que muito ensinavam na prática comercial e industrial, tem dado mostras do mau caminho que tem sido percorrido há bastantes anos.
A questão que se pode pôr é se, levando por diante a medida de emergência que aqui deixo vincada, o cancro do desemprego, em tão alta escala como agora se encontra, se manterá ou se, pelo contrário, face à abertura dos empregadores de não serem obrigados a manter os lugares ocupados sem serem necessários, ainda que constituam prejuízo para as suas empresas, se verificaria uma grande facilidade de fazer entrar nas fábricas, escritórios e todo o tipo de actividades muita gente que se encontra desocupada. É natural que não se verificasse uma mudança radical de um dia para o outro, mas se o Executivo incentivasse tal oportunidade, estou convencido que seria uma forma de provocar um substancial aumento de gente a trabalhar. O problema é que, tal como as coisas se encontram, não se pode continuar, em que as duas situações que mais pesam na vida impossível que cá se instalou, a do desemprego e o da baixa produtividade, logo da impossibilidade de colocarmos no estrangeiro o que cá podemos produzirr, na indústria, na agricultura e nas mais pequenas empresas, isso, se se mantiver, será o fim do nosso País e, não havendo um Portugal de cabeça levantada, também não terão lugar todos os Carvalhos da Silva que apareçam.
Não vou acrescentar mais ao que está exposto. Nem é preciso ser génio da economia para entender o que acaba de ser exposto. Todos os senhores Maneis e as senhoras Marias do nosso País entendem o que acabou de ser escrito. E era com uma simplicidade equivalente que os governantes que temos deveriam ser explícitos com os portugueses. Mas não. Não são capazes. E quando resolvem botar faladura fazem-no com uma linguagem que ninguém entende, nem eles…
Eu sei o que me espera. Vá lá. Venham esses comentários a chamar-me nomes. Eu sofri antes do 25 de Abril e a PIDE bem me fez pagar duramente por discordar com o que ocorria politicamente por cá… agora, não tenho de me esconder de ninguém.

6 comentários:

EC disse...

Sou assidua do Blog Fio de Prumo", onde li a sua argumentação para ser visitado o seu blog.
Como não há nada mais irresistivel que uma boa publicidade, heis-me no seu blog que prometo visitar e comentar.
EChora

EC disse...

Não seria necessário puxar dos "galões" do antigamente ligado ao sofrimento e à PIDE, para mostrar o peito aberto às eventuais discordâncias sobre a sua solução para acabar com o desemprego, que afinal nem é uma solução exclusiva, tendo em conta que sempre que há debate sobre o assunto, a proposta é sempre a liberdade por parte do empregador em despedir.
Não há quanto a mim, desde há muito, a vontade em tentar erguer o país, porque ninguém sabe para onde foram os milhões recebidos, que seriam para modernizar Portugal e sobre tudo instruir o povo que se antes andava de "côco", passou a andar de mercedes, BMW, e mandou o saber às hortigas.Os portugueses que querem trabalho, poderão não estar à altura das pretenções dos que têm o monopólio da empregabilidade, mas a grande maioria, estaria disposto a aceitar aprender, sem prejuízo, ou seja, serem as empresas a investir no saber dos seus colaboradores.É assim que faz uma SIEMENS, fazia o Grupo
C. Santos nos anos 60, quando não havia as amplas liberdades, mas em que os trabalhadores aceitavam com satisfação que a empresa lhes ministrasse nas próprias instalaçõs o acesso à instrução, através de professores em diversas areas. Hoje os cerebros iluminados, sugam nos sindicatos, nos partidos, no governo, e até muitas das grandes empresas se sujeitam a admitir sem clausula de despedimento, muitos dos parasitas que tendo acesso ao erário público,instituiram a miséria Nacional.
O povão, está vacinado.Como quem sempre paga ´são os que trabalham (sejam bons ou menos bons), então que se chegue ao ponto daqueles que dependem das suas contribuições, sintirem em perigo as suas mordomias.E não vale a pena ameaçar que os investidores se deslocam para outras paragens, porque aqui é o PARAÍSO para roubar, corruptir, com toda a impunidade.
Portugueses em Portugal são menos que o recomendável.É por isso, que navegamos em aguas tão turvas.Portugal é quase terra de ninguém.População envelhecida com medo de ser um peso ao erário público, com todas as consequências facilmente adivinhadas.Grande parte da juventude não tem uma familia estruturada e não conhece regras ou valores, os que conseguem sobreviver não fazem ondas, e depois temos todos os outros que nos aflige pensar que poderão decidir renovar ao seu geito, uma estafada democracia que nos vai dando a ilusão de que podemos exigir o que nos é devido falando, reclamando.Dantes alguém ouvia até os pensamentos.
Esta pasmaceira até seria benéfica ao stress se não fosse perigosa.
Começo a ter medo.Muito medo!

José Baldomero Pinto Vacondeus disse...

Respondo com muito gosto, se bem que não conheça o nome do autor do texto que li com o maior interesse, reconhecendo que todos devem ter direito a expressar as suas opiniões. Discordo, no entnato, de que tenha considerado como "puxar dos galões" o facto de ter referido de passagem um acontecimento do passado. A verdade é que a maioria dos portugueses não tem ideia do que era o "antes".
No entanto, se me permite, o que eu acho é que por cá há o vício de se atacar o próximo - e até o Sócrates que bem o merece - mas é raro ver-se alguém a indicar soluções, por más que elas sejam. E isso é, de facto, uma pena. Eu sei que não serve de nada, mas considro que, sjamos ou não jornalistas, o que somos é cidadãos com direitos e um deles é apontar o que pensamos será o melhor, dadas as circunstâncias, para Portugal.
Obtrigado pelo seu copmentário. Recebi mais 14, de todas as espécies. Mas isso é natural.
Cumprimentos
J.V.

José Baldomero Pinto Vacondeus disse...

Respondi ao seu comentário, mas não sei se ele seguiu, porque me apareceu aqui uma indicação que me deixou na dúvida. Se não recebu, envio-lhe outro, porque não quero ficar como mal educado.
Cumprimentos
J.V.

EC disse...

Senhor José Vacondeus

O meu nome é Eugénia Chora, e agradeço a amabilidade da sua resposta.
Não tive a intençao que a fraze traduz.
Exactamente porque entendo que todos têm direito à sua opinião, achei que não se devesse magoar, a ponto de comparar outros tempos que lhe terão servido como vacina contra as eventuais discordâncias, alheias às suas convicções.
Também vivi os tempos que refer e como sabe, durante muito tempo da nossa democracia, ouvimos referir a PIDE como uma chaga que podiamos exibir como "galão".Daí lembrei-me da infeliz expressão que lhe terá parecido uma inconveniência.
Não foi de todo.
Como estas coisas da NET são modernices na minha idade, talvez não tenha sabido segir os preceitos de identificação que lhe evitasse as dúvidas quanto ao destino da sua resposta. Como vê foi recebida.
Obrigada.
EC

Unknown disse...

ressalvo o erro. Quiz dizer urtigas