domingo, 14 de março de 2010

CONGRESSO DO PSD


EMBORA a situação política, económica e social do nosso País não se altere muito cada dia que passa, ou seja, as dificuldades com que nos debatemos se mantenham e até aumentem, como se verificou agora com a apresentação do chamado PEC que, segundo também há que concordar, não poderia surgir nesta altura alguma coisa que constituísse uma súmula de boas notícias para os portugueses, apesar disso, agora, até por via da realização em curso do Congresso do PSD, poderá renascer numa parte da população nacional a esperança de que existe uma porta que se prepara para mostrar certa alteração no panorama que tem estado presente ao longo de vários anos e que, neste momento, atingiu o ponto mais negro de todo o período dominado pela chamada crise… que serve de desculpa para tudo!
Os quatro candidatos ao lugar de presidente do PSD, talvez excessivos, posto que conviria ao partido em causa que a escolha fosse mais limitada, por forma a que não se verificasse uma grande divisão de votos por parte dos sociais-democratas, todos eles, aparentemente exercendo cada um a sua posição de considerar os adversários como elementos nocivos ao interesse do agrupamento, fizeram os seus discursos em Mafra mas, pelo menos em minha opinião, não se verificou a apresentação de um comportamento que pudesse transmitir confiança aos membros do partido de que existia uma concreta preparação para o exercício do cargo de primeiro-ministro, isto, claro, ao verificar-se o confronto nacional para a eleição do conjunto partidário que poderia substituir o PS do primeiro lugar no Parlamento.
Se me perguntarem se eu não terei uma opinião quanto ao candidato que terá evidenciado maior convencimento de se encontrar melhor preparado para substituir Manuela Ferreira Leite da presidência do partido em causa, não quero fugir à questão e arrisco-me a declarar que me causou mais profunda impressão Paulo Coelho. Mas, nisto de eleições, quantas vezes o que nos parece uma coisa não resulta noutra muito diferente. E como, apesar de activo observador do que se passa na área política, não sou membro de qualquer partido – já fui e dei-me mal -, ainda menos posso debitar uma opinião sobre quem servirá em condições preferenciais o partido que Sá Carneiro fundou, continuando a ser relembrado persistentemente, o que prova que esse saudosismo representa o descontentamento de muitos em face ao que tem ocorrido no seio do segundo partido da Oposição da política portuguesa.
Como não está em equação a dissolução do Parlamento, logo da necessidade da intervenção do Presidente da República para ser escolhido outro grupo para se encarregar do Executivo, e ainda porque as sondagens que surgiram recentemente mantêm a maioria de votos ao PS, no caso de se realizarem eleições nesta altura, a conclusão que se pode tirar é a de que o novo Presidente que sair do Congresso realizado terá tempo para se preparar para o confronto que vier a ter lugar, como e quando as circunstâncias o definirem.
Uma coisa é certa: o que espera os portugueses é mais um período de aperto do cinto, de dificuldades acrescidas, de desemprego a provocar um grave desassossego social, cujas consequências não se sabe nunca como surgirão e como se irão resolver.
E, obviamente, enquanto tudo isso ocorre, José Sócrates continuará a ser apontado como causador do mau momento que se enfrenta, do estado deficitário a que chegaram as contas públicas e, simultaneamente com tanta preocupação, as inúmeras faltas de vária ordem que sobrecarregam avolumadamente o “mea culpa” de quem tem a seu cargo a chefia do Governo.
É demais para um homem só!...

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