terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CARNAVAL PORTUGUÊS



AINDA NÃO ENTENDI o motivo por que recebo seguidamente mails com denúncias sobre situações que ocorrem neste nosso País e que dão bem mostras do assalto a que está sujeito todo um povo que não tem forma de colocar tudo nos eixos, pois que as revoluções que tiveram lugar em Portugal sempre foram bastante desajeitadas e se o antes estava mal, o que veio a seguir nem por isso foi bem aproveitado.
Mas, vamos ao assunto que me ocupa hoje. E apenas reproduzo aquilo que me apareceu no écran do computador.
Trata-se de mais uma situação revoltante e sobre a qual não vão existir esperanças de que alguma chamada autoridade nacional se dê ao incómodo de reagir, não sei mesmo se o conseguiria se quisesse ou se, por razões de cooperativismo profissional e de conveniência para que não lhe chegue também a vez de assistir ao seu caso também denunciado, faz ar de distraído e cala a boca bem caladinha. Preparem-se então para o tema:
Um senhor que me dizem chamar-se Jorge Viegas Vasconcelos, que foi presidente de uma coisa chamada ERSE, por extenso Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e que, segundo parece, é um organismos que ninguém conhece e muito menos para o que serve, esse senhor pediu a demissão do cargo que exercia porque, afirma-se, não concordou com os aumentos do preço da electricidade que o próprio considerou serem insuficientes.
Pois bem, ao ir para casa em virtude da sua decisão de terminar com as funções que exercia, de acordo com o estabelecido na própria empresa referida, partiu com um pagamento mensal e durante dois anos de 12 mil euros, isso até encontrar outro emprego.
Consta que alguém procurou saber no Ministério da Economia, de que depende a dita ERSE, que legalidade havia nesta atribuição de um vencimento a alguém que se despede por livre vontade e a resposta parece ter sido de que se trata de um acordo no interior da dita empresa e que os seus administradores têm o estatuto de gestores públicos, os quais criaram um esquema vantajoso para eles próprios, não podendo ser alterado por qualquer determinação oficial.
Mas a notícia que está a gora ser divulgada e que chegou ao meu computador acrescenta que o demissionário senhor Vasconcelos vencia mensalmente 18 mil euros mensais, mais ajudas de custo e dentro do tempo legal de 14 meses. E ainda acrescenta a referida informação sobre a actividade da referida ERSE, esclarecendo que consiste em “fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético”.
Compreende-se então a “utilidade” daquele organismo. É que afinal não é o Governo, os tribunais, até a polícia que fazem cumprir as leis. Esta entidade reguladora, que foi inventada nitidamente só para ajudar uns amigos, tem actividade para tentar a conciliação entre as partes envolvidas, o consumidor e o prestador de serviços eléctricos. E é tudo. E, tal como ela, tantos outros organismos existem e gastam dinheirões ao Estado apenas para servirem os interesses de grupos.
Ainda querem que seja feita uma lista das economias nas despesas estrondosas que causam o descontrolo das contas públicas? Que andam a fazer os ministros, já que, no que se refere a Sócrates, esse só sabe colocar primeiras pedras e fazer discursos revoltantes!...
Então não é um Carnaval permanente que se vive no nosso País? Nada se pode levar a sério, pois só à gargalhada é que se têm de enfrentar as situações que um grande número de sortudos (para lhes chamar só assim) mostra nos sambódromos cá da nossa terra. É rir, é rir, para ver se se atrasa o choro…

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