segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

SE EU MANDASSE...


TENHO PENSADO muitas vezes nesta situação, sobretudo quando escuta as múltiplas notícias que apontam para as deficiências que se notam nos mais variados sectores da administração pública, incluindo até a falta de cumprimento de disposições que são tomadas legalmente pelos sectores hierarquicamente colocados para ter esse poder.
O primeiro alvo das críticas que fazemos sempre que se aponta alguma falha por parte dos elementos da governação é, obviamente, desde logo o primeiro-ministro, neste caso José Sócrates. É verdade que o próprio também se põe sempre a jeito, pela sua pouca habilidade em falar claramente ao povo que somos, por ser muito repetitivo nos elogios em causa própria e por utilizar expressões que não são as mais apropriadas para se fazer compreender com clareza e sem margem para interpretações dúbias, mas também é forçoso que tenhamos todos consciência de que, sendo a administração pública uma pirâmide que, desde o topo e pelo seu corpo abaixo, apresenta inúmeros sectores com chefias próprias e em vários desses níveis existem comandos que não têm capacidade para actuar em benefício dos cidadãos e, constantemente, nem sequer cumprem as determinações legais que são estabelecidas acima pelos sectores apropriados.
Ora, o que eu já dei comigo a reflectir é, que se eu ocupasse as funções de chefe do Governo, teria de contar com a ajuda de um grupo, limitado mas eficiente, de assessores que estivessem permanentemente ao corrente das queixas que a população fizesse, através sobretudo dos meios de comunicação social, e esses elementos, depois de me comunicarem, numa conferência diária de uma hora, os casos mais gritantes, terem posição credível suficiente para, em meu nome, exercerem a influência para que as situações se mudassem e dando disso conta aos principais visados pelos erros de actuação. E não seria - disso fazia questão - de mais assessores só para dar emprego a amigos, mas sim um grupo de colaboradores que teriam de mostrar serviço, sob pena de serem imediatamente afastados, coisa que não se verifica nos casos conhecidos.
Claro, que, para poder dispor de tempo para dedicar uma atenção proveitosa a estes pormenores, teria que abdicar das “passeatas” que são excessivas para efectuar inaugurações fictícias, posto que, para serem colocadas primeiras pedras, só nas situações que se justificassem tais exibições de propaganda teriam lugar.
Há muitas formas de publicitar o que se pretende ir acumulando na memória dos portugueses para efeitos de serem colhidos os votos nos momentos das eleições. Andar constantemente a puxar o lustro ao umbigo, atribuindo méritos constantes a si próprios, para além do ridículo dessa representação significa retirar tempo para as acções que merecem ser bem cumpridas e não atender às verdadeiras prioridades – falo sempre neste pormenor – que Portugal precisa de ver atendidas.

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