quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

GREVES RESOLVEM?



NÃO HÁ DÚVIDA de que um grande número de portugueses não se deu ainda conta de estado real da nossa Nação, continuando a supor que todas as difíceis situações que sucessivamente somos obrigados a enfrentar não passam de coisas passageiras e que, numa rápida mudança, tudo se comporá e o mundo encontra uma nova e feliz vivência. E, tanto os mais antigos como os que se movem com relativa juventude no actual ambiente, todos, os que são optimistas doentios, não se dispõem a aceitar a realidade e a tentar fazer um esforço para prever o que será o futuro que se aproxima.
Não é aconselhável, de facto, que passemos os nossos dias amargurados com os piores quadros que possam ser pintados na nossa imaginação e sobretudo face às realidades que temos vivido ultimamente, mas o resguardar uma certa prudência, por forma a não virmos a ser surpreendidos com aquilo que pode vir a surgir no caso de não ser de todo agradável, essa posição tem algumas vantagens e sempre ajuda a que, na altura própria, se possa contar com a preparação mais útil para solucionar os problemas que nos afectarem.
De entre os que vivem ainda num mundo de sonho e não realizam a real situação portuguesa há que dizer que alguns sectores dos chamados “trabalhadores” – e uso as aspas porque, para mim, todos trabalham, excepto os que não fazem nada e vivem dos rendimentos - , sobretudo os seus sindicatos que têm à frente profissionais que, com o seu ordenado garantido, movimentam camadas de população para protestar continuamente, sem serem capazes de solucionar os problemas reais, como seja os das falências das empresas, esses exigem que o Estado aumente os seus ordenados, seja como for, sem cuidar de saber se os dinheiros públicos podem suportar tais necessidades (que ninguém discute).
O que ocorre com os enfermeiros que, na verdade, com os seus 1200 euros mensais, os iniciados, não têm condições de vida aceitáveis, a greve que faz paralisar gente que é fundamental nos hospitais e nos centros de saúde, deixando uma população necessitada de tratamentos entregues à sua sorte, tal exigência de aumento de ordenados demonstra a ignorância absoluta de que os dinheiros públicos não chegam para satisfazer a imensidão de necessidades que se conhecem em todo o nosso País.
E o mesmo espírito de descontentamento ocorre em todos os funcionários públicos, esses que, apesar das enormes deficiências de actuação que se conhecem e que, por mais de uma vez, aqui denunciei em casos concretos, por desleixo, incompetência, desinteresse, movimentam as suas organizações sindicais com aquela figura carismática sempre à frente, com um ar muito composto no vestuário e na faladura, de nome Bettencourt Picanço.
Seja como for, o que importa é que, como digo logo no início, existe uma enorme camada de portugueses que não se dispuseram ainda a entender profundamente a realidade do nosso País, em termos de capacidade de fazer frente a todas as situações de défice financeiro, pois que aquilo que Portugal deve em muitas áreas, sobretudo ao estrangeiro, faz-nos correr o risco de, um dia destes, se fecharem as portas e, tal como sucede quando a mercearia encerra o crédito e não nos deixa mais lá ir buscar o que faz falta para comer sem ser com o dinheiro na mão, também poderá, noutra escala, passar-se em relação ao nosso País.
Não se compenetrem dessa realidade, não! E depois bem podem fazer greves os senhores dos sindicatos, que só serve para gastar solas nas avenidas e nem para os cartazes vão chegar as ajudas…

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