domingo, 22 de novembro de 2009

OBAMA - MILAGRES?


ESPERAVAM-SE grandes benefícios com a visita que Barack Obama fez recentemente à ÁSIA. Até uma espécie de milagres. E, na verdade, não foi isso que sucedeu. Apesar da muita simpatia que inspira e da boa aceitação que tem tido em vários dos locais por onde já passou, aquela zona do Planeta não constitui a mais fácil no que respeita a obter bons resultados, pelo menos imediatos e visíveis, sobretudo se se trata de matéria relacionada com a colaboração mútua, pois que de mentalidades bastante contraditórias é disso que se trata.
Apesar de tudo, com a China, dada a grande mudança em comparação com o tempo de Mao-Tse-Tung, o relacionamento tem-se demonstrado bastante eficaz, no que se traduziu, nos últimos anos, numa verdadeira “invasão” de produtos daquela origem e da vivência de multidões de seus naturais em toda a parte do Mundo. Aí, a viagem feita pelo presidente americano só se revestiu, pelo menos que se saiba, de uma visita pouco mais que de cortesia, muito embora, provavelmente, se tenham verificado conversas dizendo respeito à situação que se vive na Coreia do Norte e no Irão, especialmente face às reticências chinesas, assim como as russas, quanto a sanções a aplicar aos países seguidores de experiências nucleares.
É que, no País deixado por Kim-Il Sung ao seu filho que lhe segue as pisadas, não se verifica mudança de caminho na ânsia de produzir urânio enriquecido e de efectuar experiências nucleares de mau presságio, pois que as ameaças veladas que são originárias de Pyongyang não podem deixar descansados os defensores da paz que, verdade seja dita, á maioria da população mundial. Mas, essa Coreia não fez parte do roteiro de visitas de Obama e, se tal tivesse sucedido, não espantaria que os desentendimentos tivessem sido bem visíveis. Tal tinha de estar fora das perspectivas diplomáticas.
Algo parecido se passaria com o Irão, em que as negociações se prolongam ao longo de vários anos e sem resultados palpáveis, pois as últimas notícias saídas da boca do chefe da diplomacia de Teerão, que se referem à possibilidade da troca de urânio enriquecido por combustível para o seu reactor experimental, essa possibilidade não passou ainda de vagas promessas. Não se pode imaginar como símbolo de esperança o que resultaria de conversações entre Obama e o presidente iraniano, Ahmadinejad.
No fundo, o que tem de constituir uma profunda preocupação para todos os cidadãos do mundo é a permanente ameaça de, um dia destes, sabe-se lá quando, um desses países já provadamente irresponsáveis, directa ou indirectamente por intermédio de qualquer grupelho suicida, o Al-Qaeda, por exemplo, entende, por raiva por outra razão que inventem, largar uma bomba daquelas de que o efeito só se soube há anos em Iroshima, mas que, se fosse agora, com os avanços nessa arma destruidora, os efeitos resultariam no fim do mundo.
Vem a propósito, fazer referência a uma peça de teatro da minha autoria, escrita antes do 25 de Abril, cujo tema é precisamente o da destruição do mundo por aquela via e em que só ficam vivas duas personagens: Adam e Eva. E, a partir daí, desenrola-se toda a história em 3 actos e 4 quadros. De resto, o filme intitulado “2012”, recentemente estreado em todo o mundo, em que, através de uma profecia maia, prevê o fim do mundo em 21 de Dezembro de 2012, através de um cataclismo que se debate sobre o Planeta e o arrasa, essa ameaça já não constitui surpresa para ninguém. Fui apenas eu que me antecipei, qualquer coisa como 50 anos, que escrevi a referida peça de teatro que, inexplicavelmente, ninguém se interessou ainda por a pôr em cena.
Até hoje, ainda não surgiu um produtor que procurasse fazer representar o que escrevi. Pode ser que, antes de acontecer a referida e estrondosa desgraça, o público possa assistir à sua representação. Se não, também o Fernando Pessoa – salvaguardada as distâncias – só foi reconhecido anos depois de estar morto!...
Eu, por mim, já me conformei com o deixar guardadas imensas obras literárias para um dia serem dadas a conhecer.

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