domingo, 1 de novembro de 2009

GOVERNO QUASE NOVO



AGORA, que já se conhece todo o elenco do XVIII Governo que acabou de tomar posse, e em que se aguarda apenas que José Sócrates anuncie formalmente qual é o programa que vai defender na Assembleia da República, isto depois de o mesmo já ser conhecido na sua generalidade, haverá muita gente a fazer contas à vida, alguns confiantes e contentes e outros desconsolados por não fazer parte daquele número de novos titulares de lugares públicos superiores quem seja das suas relações e por isso não possam contar com favores para colocações escolhidas, pois, por muito que desmintam tais personalidades, as cunhas sempre fizeram e farão parte do comportamento lusitano. Há os que pedem e os que concedem, a troco seja do que for…
De resto, nos actos de posse assiste-se sempre a uma verdadeira caravana de aduladores, de toda aquela gente que se veste a propósito e se apressa a felicitar os novos membros, curvando as espinhas e mostrando o melhor sorriso e, se possível, possibilitando um abraço que tem de ser aceite e que ajuda a compor um elogio a propósito. Nesta fase, dita de Democracia, nada mudou em relação ao que se passava no tempo da outra senhora. Haverá algumas caras diferentes, não na totalidade absoluta, mas os locais são os mesmos e as atitudes teatrais repetem-se. Um enjoo.
O que se aguarda agora, que vai começar a sério o trabalho que o Executivo novo tem de desempenhar, é verificar se existirá capacidade para enfrentar os verdadeiros problemas que o País apresenta e se, também com dificuldade, ultrapassará os “nãos” das Oposições, pois que, à falta de uma maioria absoluta no Parlamento, o entendimento tem de estar na ordem do dia.
Para já, face a uma debilidade financeira com que lutam os dinheiros do Estado, o número de ministérios que fazem parte deste Executivo talvez pudesse ser reduzido, tanto mais que ainda se encontra por fazer a remodelação da administração pública que constitui uma das queixas mais repetidas dos cidadãos. Não é por serem muitos que poderão ser melhores. E também outra interrogação que me ocorre fazer e que vem mesmo a propósito perante a “bronca” agora divulgada com o cognome de “Face Oculta” é a de ficarmos na expectativa sobre a intervenção dos poderes públicos para que o caso na Justiça, para saber se ocorrerá outra demora de anos como tem acontecido com a vergonha do Casa Pia. Sempre queremos ver se, com a mudança do ministro do pelouro, o chefe do Governo se satisfaz com uma situação que não dá louros a nenhum Executivo em qualquer parte do mundo.
Só nos resta, portanto, a todos nós, portugueses que temos obrigação de estar atentos ao que vai sucedendo e às maneiras como vão sendo encaradas as soluções encontradas, ir soltando a nossa opinião e, caso não nos encontremos em condições de participar num julgamento adequado, não deixando de ler e de ir ouvindo o que os mais sabedores (ou atrevidos) divulgam. Indiferentes é que nunca.
Por agora, no que me diz respeito, farei o que julgo estar ao meu alcance, com base em muitos anos de acompanhamento da vida de vários conjuntos governamentais, desde o que existia antes e após o que surgiu depois. Tem sido uma aprendizagem à força de sofrer na própria pele as consequências de não me encontrar satisfeito com o que considero merecedor de crítica. Antes, era a PIDE e a Censura que actuavam. E os custos não eram frouxos, sou eu que digo…
Agora, já só com este blogue, não fico mudo e quedo. E os que me lêem que digam se estão de acordo ou não. Mas não se calem!...

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