sexta-feira, 13 de novembro de 2009

EDUCAÇÃO



NÃO sou eu que o digo sem bases para o poder afirmar. É o que os observadores atentos, aqueles que não têm medo em apontar os nossos erros sendo também portugueses, e são as informações que chegam de fora, provenientes de estudos feitos por atentos observadores. Trata-se do nível de instrução dos nossos juvenis, comparativamente com o que ocorre em muitos países, mesmo daqueles que se situam em zonas onde até há bem pouco tempo era um regime de força que imperava. Refiro-me aos países chamados de Leste, como também se verifica o mesmo, por exemplo em Cuba. É triste chegar a esta conclusão, mas não vale a pena esconder a verdade se queremos emendar a tempo um dos problemas de Portugal que, a médio prazo, vai ser bem evidente e as consequências não podem, por isso, ser animadoras.
Temos a coragem ou não de nos convencermos de que os estudantes que saem das escolas, quer das secundárias quer ainda das superiores, de uma forma geral – havendo que reconhecer as excepções -, não se situam, ao nível dos conhecimentos, na craveira do que ocorre na Europa comunitária. O ensino que ocorre por cá não tem contribuído para que os alunos obtenham o proveito absoluto que tanto necessário é para que o desenvolvimento em todas as áreas se produza como é fundamental para a saída do estado paralisado em que nos encontramos.
A “guerra” criada entre o Ministério da Educação e a Fenprof, as greves, as lutas dos professores e a ex-ministra, as teimosias de um e de outro lado, tudo isso acrescendo um sistema que está completamente ultrapassado, como o de não serem levadas em conta as faltas às aulas, que sempre foi uma prioridade nas escolas, todas as situações que não se conseguiram rectificar contribuíram para se ter chegado ao ponto em que nos encontramos hoje.
E, para além do confronto que se estabeleceu no que se refere à avaliação dos professores, prova que necessita ser feita para evitar que existam profissionais mal preparados num sector em que a exigência tem de ser a maior, para que os alunos não sejam colocados na vida prática com deficiência de aprendizagem, ultrapassando essa fase que não tem razão para se arrastar ano atrás de ano, o que importa é rever com perfeita consciência e bom senso todo o sistema de ensino, e se, épocas passadas, de uma forma geral não se saia dos centros escolares com défice de aprendizagem.
Não é elogiar o que ocorria antes só por saudosismo, mas seria bom que se encarasse a realidade e se avaliasse se não á verdade que os mais velhos de hoje, os que estudaram, não aprenderam mais nessa altura do que hoje a rapaziada sabe.
Bastava esse exercício e não ter preconceitos. Mesmo com a maldita Mocidade Portuguesa e classes que não faziam falta nenhuma, só passavam de ano os que sabiam e os que não faltavam às aulas. Já não era pouco.
Nesta altura, uma vez mais, uma luz pode aparecer no fundo do túnel português: a actuação da nova Ministra da Educação. Há que esperar para ver se alguma coisa melhora no panorama. Também, se não, nem vale a pena gastarmos lágrimas!...

Sem comentários: