quarta-feira, 2 de setembro de 2009

SOCIALISMO OU CAPITALISMO?



Houve uma altura na História do mundo em que as posições políticas estiveram divididas em duas teses, uma, a do chamado lado ocidental, em que as competições se faziam (e fazem) com base na economia, no poder financeiro e, a outra, tendo o comando das operações nas mãos dos Estados super poderosos. Face ao princípio de que o Estado é o povo, logo os donos de tudo seriam as populações dos países onde o denominado comunismo imperava e impera. Foi assim, ao longo de muito tempo e permanece dessa forma, embora menos e com certa moderação, na actualidade.
Esta uma definição simplista, despretensiosa, a roçar a inocência, sobre o que constituem as duas maiores forças políticas que, na sua essência e sem mais pormenores, separam o que chegaram a ser dois blocos que se defrontaram e que ainda não mostram vontade de ser compatíveis.
O Homem, no decorrer de um século, com a sua imaginação prodigiosa e o requinte de certa malvadez que lhe vai na alma, foi introduzindo alterações, acrescentos, nuances que têm produzido desvios dos princípios rígidos originais e recorreu também ao que os gregos tinham experimentado, bastantes séculos atrás, servindo-se até da própria palavra original, a Democracia, com o fito de tornar mais credível a aplicação da liberdade de escolha dos cidadãos e, na área onde o Estado é quem mais ordena – mas aí, excluindo a opinião directa do povo – entendeu que essa tal opinião popular não tinha aplicação prática nos princípios marxistas implantados, para, no lado contrário, exactamente onde o capitalismo se impunha e os mais ricos é que dispunham da palavra de ordem, aí, como compensação, permitiu que todos os habitantes de todas as escalas sociais escolhessem quem queriam que os governasse.
Em princípio parece que tudo se processou ao contrário e ainda hoje se mantém essa forma de actuação política que contradiz as práticas económicas e financeiras dos respectivos países.
Do outro lado, o comunismo clássico foi-se desvanecendo em muitas zonas do Globo e o poder do Estado tem vindo a sofrer revezes que são difíceis de colmatar, a menos que se voltem a verificar revoluções semelhantes às que deram origem às mudanças forçadas dos sistemas políticos, vigentes até então, como, por exemplo, a que deu origem à implementação do marxismo-leninismo inicial, esta como exemplo mas a própria Revolução Francesa constituiu muito antes uma forma de modificar o que estava implantado até então como regime político.
O socialismo, a social-democracia, bem como outras formas deles descendentes, como a democracia popular, a frente unida, a Esquerda desta ou daquela maneira, a Direita mais arrogante ou mais condescendente, sempre criando a ilusão de que é o povo que escolhe a via por que quer optar, são formas políticas que, ainda hoje, se procura que se encontre a que será menos má.
Estamos, assim, a viver num mundo que, já no segundo milénio da história moderna, ainda anda à busca da forma ideal de governação, a que seja capaz de contentar a a maior imensidão possível de habitantes, que termine de vez com as misérias humanas, que reduza ao número moralmente aceitável os muito ricos e que dê protecção aos desafortunados, bem como aos que acabam de chegar a esta vida e os que se encontram na fase de despedida, ambos sem poderem, por si só, ter uma ambiente feliz.
Por fim pergunta-se: e existe a tal política ideal? Ela reside no lado do capitalismo selvagem ou do populismo que grita que é ele quem mais ordena?
O meio termo, dirão alguns que são sempre os defensores da teoria de que nomeio é que se encontra a virtude. Mas o ser humano contenta-se em não atingir o máximo? Sujeita-se a descortinar à distância o seu ideal e a não dar um passo para o atingir, mesmo que essa ânsia roube espaço ao outro participante?
Prefiro não emitir a minha opinião, sobretudo levando em conta a pouca ou nenhuma confiança que deposito no animal racional. Racional?!...

Sem comentários: