sábado, 1 de agosto de 2009

MÁ EDUCAÇÃO POLÍTICA




Mas não será possível que, em Portugal, se realizem eleições sem termos de assistir, nos períodos das campanhas, às acusações mútuas dos candidatos, entrando em confrontos que, na maioria dos casos, chegam atingir as ofensas de todas as espécies? Então, para se apresentar um programa, para se explicar aos desejados votantes na sua candidatura quais vão ser as acções que se têm em vista efectuar, para, mesmo desfilando promessas que mais tarde não serão cumpridas, deixar gulosamente a ideia de que vai ser um período de boas novas e de contentamento dos que puserem a cruzinha no seu nome, para tudo isso é necessário fazer acusações aos concorrentes, sair a terreiro com afrontas contra os que também fazem pela sua vida e que, por sua vez, para não variar, usam do mesmo processo acusativo, isto é, também ofendem os que estão do outro lado?
Poderão dizer que este procedimento não é um exclusivo de Portugal. Pois que não seja, mas então, se surgir um candidato a qualquer eleição e declarar e mostrar que não está disposto a atacar aqueles que estão situados no outro lado da barreira e que pretendem concorrer ao mesmo lugar, se as suas palavras forem exclusivamente para esclarecer a sua própria candidatura, fazendo questão em não fazer referência aos outros, por isso conduzirá sem resultados a sua caminhada para o posto em eleição? Será, de facto, assim?
Eu, talvez ingenuamente, penso que cairia muito bem nos cidadãos ouvir da boca de um concorrente a declaração de que não cairia na baixeza de denegrir os outros participantes, usando este sistema para tentar retirar votos aos demais, e se preocupasse exclusivamente de fazer realçar a sua própria candidatura.
Aquilo a que se tem assistido no confronto verbal entre António Costa e Pedro Santa Lopes, cada um a pretender realçar os erros do adversário – quando, afinal, nas duas partes existem actuações que merecem censuras - , ultrapassa já a vergonha. Dá tudo ideia de uma zaragata de pátio, em que o bom comportamento não é a especialidade dos intervenientes quando se zangam. Lisboa não merece este espectáculo.
Infelizmente, porém, é o que temos. E somos obrigados a chegar à conclusão que os políticos nacionais não são gente bem formada e, sobretudo, bem educada. Votemos, portanto, no menos mau.



Sem comentários: