terça-feira, 14 de julho de 2009

RASGAR


Cá neste nosso País as modas pegam com excessiva facilidade. Então na linguagem, nesta que é a nossa e que merece muito mais do que a repetição de palavras que saem de repente da imaginação de um qualquer e que, de imediato, passam a ser repitas por tudo e por nada e sem atender ao sentido que as mesmas têm, isso tornou-se numa espécie de vício que, durante um largo tempo, são ditas e reditas, atingindo mesmo a exaustão e o ridículo. Por exemplo, essa do “digamos” que, por tudo e por nada, é acrescentada nos diálogos que são transmitidos, quer nas rádios quer nas televisões e sobretudo por individualidades, políticas e não só, que têm obrigação de não aderir a modismos tontos.
Agora, o que apareceu em todas as declarações que são feitas por figuras públicas, tantos as ligadas ao Governo como as que pertencem às oposições, sobretudo nesta altura do PSD, desde que Manuel Ferreira Leite declarou que não iria “rasgar” decisões tomadas pelo PS depois das próximas eleições legislativas, esse verbo serve para encher a boca de todos os que, agora então ainda com mais frequência por motivos do período em que se sobressaem as declarações eleitoralistas, não querem ficar atrás uns dos outros e todos utilizam a palavra para defender os seus pontos de vista.
Que pena que isto aconteça e que seja tão mal tratada a língua portuguesa por aqueles que, não se contentando em actuar mal na política, pertençam a que partido pertençam, estendem a sua participação naquilo que lhes competia defender com unha e dentes.
Olhem lá, senhores políticos profissionais: esta de se ter descoberto que os cadernos eleitorais se apresentam bastante falseados, sendo verdadeiramente assustador que surjam repetições de nomes do mesmo eleitor e que façam parte dos cadernos imensos outros que já não se encontram no número dos vivos. Isto dá bem ideia de que, afinal, pertencendo Portugal ao grupo de países europeus que devem estar perfeitamente actualizados com todos os elementos que se utilizam nas autêntica democracias, o que sucede é que bem podemos ombrear com as nações em que, até de propósito, os eleitores que são considerados para considerar nos poderes uns tantos ditadores encapotados, ao fim e ao cabo, só existem para ser utilizados para falsear os resultados.
É evidente que o que se verifica aqui não tem tal intenção. É apenas provas de incompetência, de trapalhice, de falta de rigor por parte dos serviços públicos que temos por cá. E conforme acontece isto…

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