quinta-feira, 9 de julho de 2009

MILHÕES DE EUROS



Cinco milhões de euros ganhos em meia-hora é obra! Nem o Ronaldo consegue tamanha proeza. É necessário ter imensa habilidade, ser prodigioso, um verdadeiro artista para alcançar tal proeza. Mas, afinal, por cá, por este País de pelintras, isso é possível. E quem sabe não deixa que outros façam o mesmo. É um exclusivo, uma artimanha que apenas os beneficiados de alguma coisa conseguem. Vamos lá explicar:
Primeiro é preciso ter um lugar de destaque numa instituição que pertence ao Estado e que pode ser, por exemplo, a organização dos CTT; depois é necessário possuir influências, para poder exercer certo tráfego nesse ambiente e se for militante de um partido que tenha destaque na política, pois ainda melhor. E, se puder contar com companheiros que ajudem na execução de um plano bem elaborado, então a coisa tem todas as possibilidades de resultar em cheio e de escapar a investigações que, por ventura, possam surgir posteriormente, dado que, se for o conjunto de participantes todos ele formado por gente bem colocada no meio público, então as eventuais consequências de acusações que venham a ser feitas, as mesmas não terão condições para levar por diante qualquer processo que acabará por se perder na complicada teia jurídica.
Estou mesmo a entender a pergunta que bailará na boca de alguns que leiam este escrito: e como é que isso pode ocorrer? Muito fácil, digo eu. Pois escutem: essa instituição que pertence ao Estado, através do conjunto de administradores entende vender um edifício bem situado, de valor indiscutível e de fácil colocação no mercado. Sem efectuar aquilo que é o normal, parece até que o obrigatório, como seja abrir um concurso público, efectua essa venda a um comprador já antes definido e faz um preço que está longe de corresponder ao montante que lhe deve ser atribuído. Muito menor. Pois, sem deixar arrefecer a situação, esse comprador combinado, meia hora depois efectua, por sua vez, a venda do mesmo prédio a outro interessado, só que o produto agora da venda é de muitos milhões acima do que fez parte da escritura realizada no mesmo cartório que ainda está quente da operação anterior.
Com isto, tão simples, os vários milhões da diferença têm, naturalmente, que ser repartidos por vários intervenientes que deram possibilidade ao negócio.
Houve alguém prejudicado no meio de toda esta trapalhada? Traduzido em pessoas físicas conhecidas, não. Porque quem perdeu tem o nome de cidadãos portugueses. Contribuintes. E esses só tem voz para se defenderem e mal dos ataques ferozes das Finanças e de grande número de organismos estatais que não perdoam ao povinho comum.
O que não vale a pena é tentar imitar este tipo de acções, pois só os privilegiados é que têm direito a estas roubalheiras.

Sem comentários: