sexta-feira, 10 de julho de 2009

LUSOFONIA

Parte de um poema de 10 cantos, bastante longo, com o título LUSOFONIA, que será divulgado logo que existam condições para o mesmo poder chegar às mãos dos portugueses, mais tranquilos e depois do calamitoso momento que se vive nesta altura
Canto IV (parte)

Depois de bem lançadas as amarras
das nossas naus por esse mundo afora
sendo acompanhados por bandarras
em que poucos pensavam vir-se embora
a língua ia criando raízes
que essa não custava infiltrar
podendo ir servindo de matrizes
daquilo que queríamos deixar

Era essa ao menos a esperança
não nos podia faltar o engenho
já que tínhamos feito tanta andança
havia que tomar tal com empenho
pois era o que estava mais à mão
ou seja, na ponta da nossa língua
e ao mais novo ou ao ancião
do nosso falar não havia míngua

Com tanto século bem pela frente
o futuro podia esperar
não era preciso ser de repente
a fala lusa tinha de entrar
tal como a música só de ouvido
que o escrever só mais tarde ia
se é que não caíra no olvido
dos navegantes, da maioria

E Deus, como Luís de Camões disse
ajudaria a levar tal tarefa
mesmo parecendo uma tolice
algo mais seria que sinalefa
levar a língua a distante espaço
e deixá-la plantada em terreno
onde desfloraria com cansaço
tendo que ser dado tudo em pleno

Se tal esforço préstimos traria
ninguém pensava então em resultados
nessa altura o que se conseguia
era muito e era que os achados
soubessem quem éramos e trocassem
mútua compreensão e favores
por muito que no fundo conservassem
a troca de sinais com seus tambores

O necessário era falar
a preciosa forma de entender
não constituísse nunca um faltar
nas relações que havia que acender
e para isso o ensinar faltava
a Cruz de Cristo seguia à frente
e o caminho virgem desbravava
pondo em comunhão lá toda a gente




Sem comentários: