sexta-feira, 31 de julho de 2009

PROMESSAS



José Sócrates teima em querer andar na berra e não consegue sossegar para que a opinião pública não o mantenha permanentemente na ponta da sua observação. Talvez ele julgue que esta posição de não adormecer na óptica dos portugueses o torne mais popular e vá fortalecendo a possibilidade de voltar a ocupar a chefia do Governo que vier a sair das eleições que estão à porta. Nunca se sabe o que vai na cabeças das pessoas e, por mais estranha que nos pareça a atitude de uma personalidade que se encontra sempre na montra, deverá ser a sua constante presença nos noticiários que lhe transtorna a racionalidade e faz perder o bom senso e aquilo que é o mais conveniente.
Esta agora de fazer a promessa de que o próximo Executivo irá oferecer 200 Euros a cada bebe que nasça em Portugal, abrindo uma conta poupança que só poderá ser movimentada quando a criatura atinja os 18 anos de idade, não sendo nenhuma novidade no panorama políticos de muitos países, até por cá já alguns municípios se anteciparam com uma ideia semelhante e até melhor, como por exemplo, o de Carrazeda de Anciães que atribui 2.500 euros e o de Murça que atribui aos casais com poucos rendimentos um subsídio de 1.500 Euros, assim como o de Mora, no Alentejo, que dá 500 Euros pelo nascimento do primeiro filho, assim como às famílias que atinjam o terceiro filho.
Em resumo, o Governo de Sócrates, se vier a reocupar o lugar, não prima pela novidade e, em comparação com a vizinha Espanha, com um Executivo socialista de Zapatero, fica a uma distância assinalável, pois os espanhóis gozam de um privilégio de receber 2.500 Euros pelo nascimento de cada criança.
Mas José Sócrates, nesta altura de tudo prometer como é o período pré-eleitoral, isto depois de ter permanecido mais de quatro anos a governar, também acena com uma oferta de 5.000 euros aos cidadãos que adquiram um automóvel eléctrico, estendendo esse bónus também às empresas. E as creches vão ter horário alargado, segundo palavras do ainda primeiro-ministro.
É evidente que tudo que sejam melhorias de condições de vida dos portugueses é de elogiar, a pena, porém, é que só quando se aproximam os períodos eleitorais é que se acumulem as promessas, para depois, no decorrer das governações, aqueles que davam tudo, passem a cortar e a esquecer o que ficou dito.
Porém há situações que surgem exactamente ao contrário. O caso da EMEL, a que me referi em texto anterior, é a demonstração de como, por vezes, as oposições se movimentam no sentido de causar má impressão nos próximos eleitores e terem, por vezes, êxito nessas intervenções. O caso da empresa pública camarária ter, precisamente neste momento, aparecido com uma medida de aumento de custos de aparcamento nas ruas da freguesia de Santo Condestável, em Campo de Ourique, em Lisboa, o que está a provocar uma verdadeira revolta aos moradores e aos comerciantes do bairro, quando estamos a pouca distância das eleições, está a contribuir para que António Costa, presidente da Edilidade alfacinha, venha a pagar as “favas” na hora da escolha. E aí, Santana Lopes fica a ganhar.
Mas este caso ainda vai dar muito que falar, por isso me reservo para um texto posterior.

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