quinta-feira, 23 de julho de 2009

ESSA EMEL!...



Depois vêm os meus comentadores dizer-me que eu sou muito pessimista e que a vida em Portugal não é assim tão má como, por vezes, eu aqui a descrevo. E eu chego a interrogar-me se não terão razão aqueles que, sendo optimistas inveterados, sempre se mostram contentes com os acontecimentos e as decisões que ocorrem por cá. Mas, passado pouco tempo, volto de novo a sentir grande descontentamento face às medidas que vejo serem tomadas, sobretudo pelos maiorais portugueses.
Neste momento, voltando da rua e tendo ouvido as queixas que um proprietário de um restaurante e de um café que se revoltou verbalmente pelo facto de, tendo o cartão para fixar na viatura que lhe permite aparcar o seu automóvel na rua onde tem o estabelecimento, a partir do próximo 1 de Agosto a EMEL, com o apoio da Junta de Freguesia de Santo Condestável, estabelece novas regras para poder estacionar com aparcamento o seu meio de transporte. Quer dizer, se até agora, os residentes e os comerciantes que possuíssem o cartão para afixar no pára-brisas podiam aparcar sem necessidade de pagar como qualquer passante ocasional, a partir de agora deixam de ter essa regalia. Só durante a noite, dado que nas horas diárias não podem usufruir da vantagem anterior.
A EMEL, empresa que sempre deu mostras de falta de coordenação nas suas funções, pois que, por exemplo, em Campo de Ourique, muito raramente apareciam os seus fiscais a aplicar as multas aos aparcadores ocasionais, que aqui ficavam dias seguidos sem utilizarem os aparelhos que disponibilizam, segundo pagamento, a possibilidade de colocar o carro durante o período abrangido pelo valor pago, agora, com veleidades de bons cumpridores e com o apoio, pelos vistos da Câmara Municipal de Lisboa, sem mais aquelas distribuíram uns avisos com as novas condições e estão preparados para cobrar os montantes que os autuados desprevenidos e surpresos pela nova actuação, incluindo os moradores, terão agora de pagar.
E é assim! Se a crise mundial por cá faz das suas, não contentes com isso também as instituições nacionais, dentro das suas autonomias que os cidadãos têm de aceitar, não se ficam com penalizações que já existiam e, sem mais aquelas, aplicam novos encargos que os cidadãos, mesmo com as eleições à vista, passam a ser obrigados a cumprir.
Digam-me lá, então, se sou eu que sou pessimista ou se a infelicidade maior é termos de viver nesta Terra, em que cada fulano que tem uma cadeirinha de mando decide a seu belo prazer e o povo que se conforme.
Os optimistas que paguem então e que se conformem!

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